As eleições municipais fortaleceram momentaneamente o voto conservador e desinformado no Brasil. PSDB é o partido que até agora tem mais faturado com a crise política-econômica e nas urnas, exatamente porque os tucanos tem sido os mais protegidos e preservados pela mídia conservadora e pelo judiciário.
A mídia conservadora liderada pela Globo, Folha, Estadão e Veja que ataca Lula, o PT, Dilma e a esquerda desde 2005 é também, momentaneamente, aquela que mais faturou com a crise, basta ver o crescimento mais que triplicado das verbas publicitárias para esse campo feita por Michel Temer após o golpe parlamentar que o levou a cadeira de presidente.
O PT, momentaneamente, é o que mais tem apanhado e por isso saiu enfraquecido das eleições municipais. O partido é convidado a refletir sobre sua trajetória, rever sua política de alianças, reciclar suas bandeiras e renovar suas instâncias partidárias. O PT é desafiado a pregar uma profunda reforma política e, principalmente, mergulhar nos movimentos populares, corrigir rumos, abdicar da política de gabinetes e retomar o compromisso com as camadas pobres e a classe média.
O juiz Sérgio Moro após utilizar a Operação Lava Jato, quase toda ela para ferrar apenas Lula e o PT, é desafiado agora a pensar maior, sob pena de perder utilidade e passar a ser ferrado pelos conservadores após estes tiverem certeza que o Partido dos Trabalhadores não representa mais uma ameaça.
Moro é agora obrigado a apostar todas suas fichas nas delações da Odebrecht para que a lama atinja também bacanas do PMDB, PSDB, DEM e PP. Do contrário sairá de cena como um cachorrinho sem dentes e desmoraralizado junto a opinião pública.
Para o STF fica cada vez maior o abacaxi que terá que descascar, pois o adiamento de tomada de decisões quanto a políticos do PMDB, PSDB, PP e DEM que têm fórum privilegido e que cabe ao Supremo julgá-los e condená-los é cada vez mais insustentável manter tamanha omissão, sob pena do descrédito atingir em cheio a corte desse poder e o país entrar de vez num caos, extamente porque suas instituições são frágeis e, principalmente, pouco confiáveis.
O governo Temer cada vez mais terá que enfrentar o povo, especialmente os jovens, nas ruas. É que o desemprego é crescente, o país mergulha numa recessão profunda, conquistas sociais já são ameaçadas: são programados cortes de investimentos na educação, saúde e nos direitos dos trabalhadores. É que Temer planeja que apenas os pobres e setores médios paguem a conta pela crise, deixando de fora uma auditoria da dívida pública, os bancos, os rentistas, os ricos e as grandes heranças.
Para que o novo nasça e um rejuvenescido pacto político brote é imperativo que o atual e viciado sistema eleitoral afunde, leve com ele políticos e setores do judiciário que vem se beneficiando dele há váras décadas. Vamos torcer para que as delações da Odebrecht empurrem de vez também para o redemoinho de lama: Temer, Sarney, Collor, Renan Calheiros, Collor, Romero Jucá, Aécio, Serra, Ciro Nogueira, Moreira Franco, Gedel Vieira e cia.
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