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Editorial

contato@acessepiaui.com.br

30/11/2016 - 10h54

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Editorial

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30/11/2016 - 10h54

Luto e comoção pelo acidente aéreo e o caçete nos estudantes

 

Foram protagonizadas no Brasil nessa terça-feira, 29, cenas de grande comoção nacional. O país amanheceu de luto com a queda do avião que vitimou o time do chapecoense, a comissão técnica e colegas jornalistas. À tarde o país continuou de luto com o caçete em cima dos estudantes em Brasília, na esplanada dos ministérios, quando a polícia de Temer e do Congresso reprimiu violentamente com gás lacrimogênio e balas de borracha o protesto dos estudantes contra a PEC -55, aquela que congela por 20 anos investimentos na área social.

 

O luto não parou por aí. O Senado Federal aprovou em primeiro turno, por 61 x 14, a PEC - 55. 

 

O sentimento de tristeza não parou aí. Temer nesse mesmo dia aproveitou o clima de comoção nacional por conta do acidende aéreo e sancionou a lei que permite que empresas multinacionais explorem o petróleo da camada do pré-sal descoberto pela Petrobras.

 

A mídia conservadora aproveitou também a comoção pelo acidente aéreo dos atletas para explorar a comoção nacional e, por tabela, esconder no rodapé e nos notíciários de suas páginas a aprovação do "Pacote de Maldades" de Temer. Aproveitou ainda para ignorar o protesto dos estudantes em Brasília e quando mostrou, editou e montou somente como se a manifestação fosse de estudantes baderneiros e vândalos.

 

Temer e a mídia conservadora, que após o golpe na presidente Dilma, agora mudaram o discurso, apoiam o ajuste fiscal do governo que vai cobrar a conta apenas dos mais pobres, enquanto que a dívida pública vai continuar sendo paga religiosamente, as grandes fortunas e os lucros exorbitantes do setor financeiro não serão sequer tocados. 

 

As ocupações dos estudantes nas universidades, escolas e institutos federais apontam resistência e luta contra o golpe parlamentar que derrubou a presidente Dilma, que impôs uma agenda que não foi legitimada nas urnas, que vem sendo implementada passando por cima de qualquer discussão, por imposição de um Congresso conservador, cuja maioria dos seus parlamentares são suspeitos de corrupção, foram eleitos com base na compra de votos, carregam a pecha de hipócritas e de falsos moralistas. 

 

A sociedade civil brasileira enfrenta um momento semelhante e posterior ao golpe militar de 1964, ou seja, agora em 2016, o governo Temer, a mídia tradicional e os conservadores se uniram e agora endurecem contra as forças democráticas e não exitarão em passar por cima de pau de pedra para conservar lucros e não pagarem nada pela crise econômica que atravessa o país. 

 

Resistir e lutar contra o desmonte do Estado Brasileiro de bem estar social resta como única alternativa ao golpe parlamentar conservador.  Só com manifestações sem violência, pacíficas e numerosas, que incorpore cada vez mais pessoas comuns, será possível deter essa escalada conservadora. Cada vez mais é preciso deixar nu os expedientes, absurdos usados pelos conservadores para impor medidas que retiram conquistas sociais e trabalhistas. 

 

O Brasil pertence aos brasileiros e não a meia dúzia de conservadores, a privilegiados, a corruptos e vendedores da soberania nacional. Em defesa da democracia e de eleições diretas imediatas para se construir um novo pacto social capaz de tirar o país da crise e resgatar a legitimidade do novo governo e das propostas a serem implementadas. 

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