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Terça-feira, 23 de abril de 2024
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Deusval Lacerda

deusvallacerda@bol.com.br

30/01/2017 - 11h23

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Deusval Lacerda

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30/01/2017 - 11h23

Lawfare contra Lula

 

O jornal Folha de São Paulo divulgou, no dia 18 último, trecho da carta pública que 12 deputados do Partido Democrata dos Estados Unidos endereçaram ao embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que acusa o Juiz Sérgio Moro de persegui-lo por meio de decisões arbitrárias.

 

Segundo o texto, o governo Michel Temer tem agido “para proteger figuras políticas corruptas, para impor uma série de políticas que nunca seriam apoiadas em uma eleição nacional e pressionar adversários nos movimentos sociais e nos partidos de oposição”.

 

Os legisladores afirmaram que “Lula se mantém como uma das figuras políticas mais populares no Brasil de hoje e é visto como uma séria ameaça nas urnas por seus oponentes políticos".

 

E prossegue, “Nos últimos meses, ele tem sido alvo de uma campanha de calúnias e acusações não comprovadas de corrupção pelos grandes veículos privados da mídia alinhados com as elites do País”.

 

A carta ainda diz: “Lula tem sido alvo de um juiz, Sérgio Moro, cujas ações parciais e arbitrárias têm ameaçado seu direito de defesa. Por exemplo, o juiz ordenou a prisão arbitrária [a conduta coercitiva, em março de 2016] do ex-presidente só para servir de intimação, embora não houvesse nenhuma indicação de que o ex-presidente não quisesse depor na Justiça”.

 

Para corroborar com o teor da carta em referência, pode-se observar que diante do insucesso do governo ilegítimo do Temer, de maio a dezembro de 2016 (e com as notícias de corrupção de alguns dos seus membros), coincidências, no mesmo período Lula foi denunciado cinco vezes: uma em julho, outra em setembro, outra vez em outubro e, para fechar o ano, por duas ocasiões em dezembro.

Também fez coro com os parlamentares norte-americanos, consoante o jornal Folha de São Paulo, que extraiu do jornal inglês “The Guardian”, os deputados da Escócia e da Inglaterra que afirmam que Moro comete abuso contra Lula, não só porque ele é parcial, alinhado ao PSDB/PMDB, mas sim porque é seguidor do projeto de poder daqueles que deram o golpe na democracia, através do impeachment, sem crime de responsabilidade. Além da campanha difamatória numa tentativa de impedir Lula de concorrer em 2018.

 

Essa prática se chama Lawfare, um conceito que apareceu nos anos 1970, em um contexto ocidental da Guerra Fria que visava garantir o capitalismo como modelo único de governo.

 

Nos tempos atuais, utiliza o Lawfare no sistema político e Nelson Mandela foi sua principal vítima em seus 27 anos de prisão.

 

No Brasil, até provar o contrário, alguns juristas afirmam que o Lula sofre o Lawfare, que é o uso indevido de instrumentos jurídicos para fins de perseguição política, destruição da imagem pública e inabilitação de um adversário público.

 

O Lawfare se consuma no uso de acusações sem materialidade, e utilizações de processos judiciais sem qualquer mérito e o abuso do direito para danificar e deslegitimar um adversário.

 

É clara a tentativa da maioria da grande imprensa e de certas autoridades em influenciar a opinião pública contra Lula.

 

Para exemplificar, cita-se o caso do tríplex do Guarujá, no litoral paulista, que foi alardeado na mídia que era do Lula e, recentemente, a própria PF e o juiz Sérgio Moro, no relatório final das investigações, apontam que o imóvel não pertence a Lula nem a seus familiares. Pergunta-se: quem vai pagar o dano causado ao Lula?

 

Assim sendo, e apesar do massacre para tentar descontruir a imagem pessoal de Lula e do seu governo, o feitiço está virando sobre o feiticeiro, pois vários apoiadores do governo espúrio estão mergulhados em acusações comprovadas de corrupção e, o que é pior, o tal governo se mantém incapaz de qualquer ação lúcida, planejada, para realmente demonstrar que o Brasil não está padecendo na atual conjuntura da síndrome da desgovernação.

 

 

Deusval Lacerda de Moraes é economista

Deusval Lacerda

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