Facebook
  RSS
  Whatsapp
Sabado, 20 de abril de 2024
Colunas /

Railson Sousa

Railson Sousa

a.railsonsousa@gmail.com

31/03/2014 - 17h40

Compartilhe

Railson Sousa

a.railsonsousa@gmail.com

31/03/2014 - 17h40

Leishmaniose visceral (calazar), quem é o verdadeiro vilão?

 

Railson Sousa*

Doença infecciosa, porém, não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos.

A Leishmaniose visceral ou calazar é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete essencialmente crianças de até dez anos; após esta idade se torna menos frequente. É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano.

A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Seus nomes variam de acordo com a localidade; os mais comuns são: mosquito palha, tatuquira, birigüi, cangalinha, asa branca, asa dura e palhinha. O mosquito palha ou asa branca é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.

As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão. Mas na verdade dentre essas espécies qual realmente seria o perigoso disseminador da doença?

Atualmente algumas políticas de saúde pública de controle da Leishmaniose ou calazar utiliza a “matança” em massa de animais domésticos como, por exemplo, os cães, subjulgando esses animais como se fossem o principal veiculo de disseminação da patologia entre a população e esquecendo a importância que esses animais têm na composição de muitas famílias.

Foto: Annamotzko

Devemos nos atentar que o principal vilão na disseminação da leishmaniose é na verdade o Flebótomo que por ter seu habitat invadido pela ação humana invade a zona urbana atingindo o cão e o ser humano.

Os Flebótomos por natureza não têm habito urbano e sim silvestre, mas por consequência de atitudes humanas, como por exemplo, o desmatamento, invadem nossos lares.
Portando, deve ser realizado o controlo dos flebótomos através de eletrocutores ou de redes impregnadas com inseticidas, sendo igualmente recomendável a destruição dos locais de postura para que se tenha controle preventivo direto da principal causa da Zoonose que é o flebótomo.


*Railson Sousa, Médico Veterinário, mestrando em Farmacologia pela Universidade Federal do Piauí (UFPI)

 

Comentários