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15/09/2017 - 17h25

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15/09/2017 - 17h25

Boff e a colonização que colonizou também projetos e sonhos

Leonardo Boff encontra mais eco na Igreja de Francisco do que encontrava na Igreja de João Paulo II, que - por meio do ex-Santo Ofício - o condenou a um ano de silêncio obsequioso em razão de suas suas teses no livro Igreja: carisma e poder (Record).

 

Com Francisco a igreja mudou pra melhor; já Leonardo Boff continua tão inspirador e inquieto quanto sempre foi. No livro "O Brasil que Queremos", organizado por Emir Sader, Boff nos brinda com verdades proféticas. Diz ele, "a colonização nos penetrou tão profundamente que colonizou também nossos projetos e sonhos. Nunca pudemos ter um projeto de real autonomia e um sonho do Brasil que queríamos porque sempre dependíamos dos outros que nos diziam o que deveríamos querer e ser. E esse processo não foi interrompido até os dias de hoje, pois hoje as forças dominantes mundiais pretendem nos recolonizar."

 

Vai além e vislumbra o risco, mas também o caminho: "mas agora somos obrigados a sonhar. A situação do Brasil e do mundo,..., é de tal degradação que, se prolongada por mais tempo, pode nos levar ao pior. O futuro, portanto, não pode ser a continuidade do presente. Só teremos futuro, como país e mundo, se mudarmos de rota histórica."

 

Boff vai bem além da ponta do iceberg para vislumbrar influências profundas. É a percepção correta de quem entende a grandeza do que está em jogo nos embates que o Brasil atravessa. Trata-se de, ao fim e ao cabo, resolver se vamos abortar a incipiente experiência iniciada em 2003, com Lula, que nos levou a sonhar e a começar a construir um país altivo no mundo e socialmente includente; ou se voltaremos ao limites herdados da casa grande: um país dominando pelo complexo de vira latas perante o mundo e extremamente perverso com seu povo, ao preservar uma das estruturas sociais mais desiguais do mundo.

 

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Merlong Solano é professor da Ufpi e secretário estadual de governo. 

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