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Quinta-feira, 28 de março de 2024
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Deusval Lacerda

deusvallacerda@bol.com.br

19/09/2017 - 11h10

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Deusval Lacerda

deusvallacerda@bol.com.br

19/09/2017 - 11h10

Patriotismo

Nessas atribulações por que passam o Brasil, é imperativo perguntar-se: o que é patriotismo? Numa conceituação simples, patriotismo é a qualidade de quem é patriota, é aquele que ama a pátria e a ela presta serviços. Devoção à pátria.

 

Nesse contexto, indaga-se: a turma do golpe parlamentar-constitucional-judicial ama a Pátria? Vejamos.

 

Não consigo vislumbrar as condições que pudessem comprovar que é patriota. Não se leva em conta o pré-requisito do nascimento em solo brasileiro.

 

Considerando que golpe de Estado é ruptura institucional para obter o poder. No caso brasileiro derrubou uma presidente legitimamente reeleita que comprovadamente não cometeu nenhum crime de responsabilidade previsto na Constituição do Brasil, uma vez que os próprios técnicos do Senado Federal, última instância julgadora do impeachment, declararam a inocência da presidente Dilma Rousseff nas chamadas pedaladas fiscais.

 

Considerando que o processo de impeachment foi colocado na pauta de votação da Câmara dos Deputados pelo então presidente Eduardo Cunha, por vingança pessoal contra a presidente petista, e que, agora, encontra-se preso por prestar incalculável desserviço ao País.

 

Considerando que o doleiro Lúcio Funaro disse na sua delação premiada que parte da propina que ele operou em alguns órgãos públicos para o Eduardo Cunha foi gasto na sua eleição de presidente da Câmara – por isso, presidência ilegítima - e para a aprovação do impeachment da presidente Dilma naquela Casa Legislativa – também aprovação esdrúxula, ilegítima.

 

Considerando que um dos mais ativos conspiradores do golpe, Geddel Vieira Lima, já está preso na Papuda (Brasília) por se revelar tremendo corrupto e, assim, prestar grande desserviço ao Brasil.

 

Considerando que alguns influentes artífices do golpe, como os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Edson Lobão, Eunício de Oliveira, Agripino Maia, e o ex-presidente Sarney, são acusados de corrupção pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

 

Considerando que outro importante articulador do golpe e ex-ministro do governo espúrio Henrique Eduardo Alves está preso por prestar elevado desserviço à Nação.

 

Considerando que a então estrela tucana Aécio Neves, segundo lugar na disputa presidencial em 2014, e, por revanchismo, um dos principais apoiadores do golpe, no momento em desgraça, também é acusado de práticas não republicanas.

 

Considerando que o núcleo duro do governo golpista instalado no Palácio do Planalto, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Geddel Vieira Lima, José Yunes, Tadeu Filippelli, Rodrigo Rocha Loures, são acusados de corrupção.

 

Considerando que o próprio presidente Michel Temer foi acusado pela PGR do delito de corrupção passiva e que foi rejeitado na Câmara, segundo o noticiário nacional, ao custo de elevadas liberações de emendas parlamentares aos deputados governistas.

 

Considerando que recentemente o presidente usurpador foi denunciado novamente pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot nos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa, que mais uma vez vai passar pelo crivo da Câmara e que deve ocorrer outra vez balcão de negócios com emendas parlamentares visando absolvição do mandatário do País.

 

Assim posto, está comprovado que ao menos os líderes do golpe e os parlamentares que apoiam esse estado de coisas no Congresso Nacional, podem até possuir muitos bens, mas lhes falta o bem maior, que é o de amar e prestar serviços à sua Pátria, a seu povo e aos valores que a Nação constituiu através dos tempos.

 

Deusval Lacerda de Moraes é economista 

Deusval Lacerda

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