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Quinta-feira, 18 de abril de 2024
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Railson Sousa

a.railsonsousa@gmail.com

13/05/2015 - 09h44

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Railson Sousa

a.railsonsousa@gmail.com

13/05/2015 - 09h44

O melhor amigo do homem!

Foto: Acaoanimal

 Foto: Acaoanimal

As formas de relação homem racional e animais ditos “irracionais” ao longo de milênios tem passado por constantes readaptações. A primeiro momento a relação homem-animal não era nem um pouco amigável, diga-se de passagem, viviam em conflitos, disputas territoriais onde a sobrevivência e a luta contra um possível processo de  seleção natural era a pauta do dia, no entanto esses animais “aprenderam” a conviver com os humanos respeitando seus limites, respeitando a espécie dita superior as outras . Contudo ainda há um ponto que deve-se levar em consideração e deve ser objeto de reflexão desde que a sociedade primitiva se tornou moderna; Quem tem mais a ensinar sobre a luta pela sobrevivência na natureza, e a tão  discutida preservação ambiental e principalmente o respeito entre espécies , o homem aos animais ou estes aos homens.

 

Dentro desse universo de boas regras de convivência animal-homem no espaço terra, é muito fácil dialogarmos sobre esse paradoxo, tendo como exemplo os cães, animais que ao longo dos milênios foram “moldados” para serem os melhores amigos dos homens. Há aproximadamente  15.000 anos atrás, o planeta estava saindo da última Era do Gelo. Os lobos rondavam as primeiras aldeias pré-históricas, animais  de  hábitos noturnos , saiam nesse momento em busca de comida fácil, comendo os restos jogados fora pelos humanos. Era o início de uma grande e duradoura amizade. Ao longo de gerações, as duas espécies foram se aproximando e os homens passaram a criar filhotes de lobo. Os mais mansos ficaram nas aldeias e foram se diferenciando de seus ancestrais.

 

E assim os cães se tornaram uma espécie diferente dos lobos, surgiria assim a primeira espécie animal graças à interferência humana. A partir de então a amizade e a convivência direta inicia , o homem vem se beneficiando todo esse tempo da espécie canina como animal de companhia e segurança  , animais que diante de sua “irracionalidade” tem muito a  nos ensinar .

 

Mas o homem estaria hoje  agindo de forma recíproca para com os cães?

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que só no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos. Em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há um cachorro. Destes, 10% estão abandonados. No interior, em cidades menores, a situação não é muito diferente. Em muitos casos o número chega a 1/4 da população humana.

 

Nessas circunstancias é que se encontra muitos animais hoje em nosso país . Apesar dos esforços de diversos Grupos de Proteção Animal que lidam dia após dia com esse problema que não deve ser um problema apenas de grupos isolados que geralmente enfrentam muitas dificuldades pra retirar os cães da rua dando-lhes comida e abrigo, e que dispõem de poucos recursos pra realizar esse trabalho , mas também deve ser de responsabilidade do poder publico em exercício, pois no decreto lei de número 24.645/34  declara em seu artigo 1º que “todos os animais existentes no País são tutelados pelo Estado”, conferindo aos animais não humanos a garantia de serem protegidos pelo Estado . É também  um problema de cada ser humano  uma vez que a Declaração Universal dos Direitos dos animais em seu artigo 2° afirma que “Todo o animal tem o direito a ser respeitado”  e  “Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem” devemos considerar que os cães dividem o mesmo espaço com todos nós e foram nós humanos racionais  que  introduzimos em nosso meio, usufruímos de sua companhia e lealdade  no transcorrer  de  milênios, porém,  hoje  30 milhões se encontram abandonados em nosso país.  

 

Railson S. Santos é Médico Veterinário  

 

Railson Sousa

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