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Quarta-feira, 24 de abril de 2024
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Mauro Sampaio

mauroadrianosampaio@gmail.com

24/07/2015 - 13h49

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Mauro Sampaio

mauroadrianosampaio@gmail.com

24/07/2015 - 13h49

Teste do bandidinho (no útero), a realista ficção

Gravação confirma que deputado Laerte Bessa (PR-DF), relator da PEC da redução da maioridade penal (a sugestiva PEC 171), afirmou que criminosos serão impedidos de nascer no futuro

Deputados comemoram aprovação da PEC da Redução da Maioridade Penal. Oscar de melhor relator para Laerte Bessa (foto: Mauro Sampaio)

 Deputados comemoram aprovação da PEC da Redução da Maioridade Penal. Oscar de melhor relator para Laerte Bessa (foto: Mauro Sampaio)

As maternidades oferecem testes em recém-nascidos para identificar deficiências ou prever doenças. Da orelhinha e do pezinho são os mais conhecidos.

 

Dê um salto distante ao futuro e imagine o feto sendo investigado para saber se será um criminoso. Impressionante tal estágio da ciência. Nada mais surpreenderá, o indivíduo estará totalmente mapeado. A natureza humana, rendida pelo neonazismo.

 

O deputado Laerte Bessa (PR-DF) dirige essa ficção em entrevista concedida por telefone ao repórter Bruce Douglas, do jornal britânico The Guardian. O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 171, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, aposta em sucessivas reduções, até chegar na barriga das mulheres, daqui a 50 anos.

 

Laerte Bessa (de barba)

 

Até lá, os cientistas já descobriram uma forma de descobrir se o moleque é criminoso e então não vai deixar nascer. Aí vai resolver o problema.

 

Antes da divulgação do áudio, o deputado negou que tenha falado em aborto, "porque é contra", e que havia sido mal interpretado. O repórter, ao ouvir o presciente, insistiu: "O senhor fala sério ou está brincando?". A ligação caiu. Daria tempo para Bessa repensar e cortar a cena, mas confirmou-a com extrema convicção.

 

Do jeito que o ódio está disseminade e a vingança se tornou arma de justiça, Bessa é sério candidato ao Oscar de melhor relator.

 

Clique aqui e ouça o áudio da entrevista

Mauro Sampaio

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