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Sexta-feira, 19 de abril de 2024
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Renato Lélis

rennatolelis@hotmail.com

24/08/2015 - 11h51

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Renato Lélis

rennatolelis@hotmail.com

24/08/2015 - 11h51

Jogador de futebol é mercenário?

No Brasil costuma-se dizer que jogadores de futebol são mercenários, que correm atrás de quem paga mais. Entendo que não é bem assim.

 

 

Primeiro é bom que se diga que em nosso país, cerca de 5 (cinco) mil atletas passam a maior parte do ano desempregados, graças a um calendário que faz com que grande parte dos clubes, sempre os pequenos, passem em atividade apenas de três a quatro meses por ano.

 

 

Segundo, que foi-se o tempo em que um atleta, jogava e era apaixonado pelo seu clube do coração.

 

 

Hoje em dia somente Rogério Ceni, ídolo do São Paulo e há 23 anos defendendo o clube pode ser considerado na situação de ter um vínculo com seu clube desde à época do juvenil.

 

 

Mas analisemos do ponto de vista do atleta. Muitas das vezes ele recusa um contrato melhor para ficar no seu clube porque a torcida o idolatra e ele está feliz no seu time. Ele já foi artilheiro, fez gol do título e a torcida o quer no clube. Será?

 

 

Vamos pegar o exemplo de Rafael Sóbis, atleta que integrou as categorias de base do Internacional de Porto Alegre e foi por duas vezes campeão da Copa Libertadores de América entre outros títulos. Sóbis agora integrante de uma equipe mexicana que retirou o Internacional da competição foi sumariamente vaiado pela torcida colorada em recente jogo.

 

 

Muitos atletas continuam nos clubes e não podem passar uma fase ruim que são vaiados pelos torcedores que exigem sempre que jogue no mais alto nível não permitindo erros. Isso não existe. Nenhum atleta, nem Pelé, jogou futebol em alto nível a vida toda.

 

 

Fred do Fluminense, duas vezes campeão brasileiro pelo Flu, foi perseguido por “torcedores” e mesmo assim, aceitou deste uma redução salarial para continuar no Fluminense.

A torcida que idolatra o atleta é a mesma que o persegue, o vaia e o desmerece, então, o que dizer que atletas são mercenários. Eles têm que procurar o que é melhor financeiramente para eles e é claro que tem exceções. Jogadores hoje são empresariados por pessoas de má conduta, que o querem sempre sendo transacionado para faturar mais dinheiro. Mas esses são casos à parte.

 

 

É verdade também que por parte dos atletas há sempre demonstrações de carinho com seus clubes quando não comemoram gol em jogos contra seus ex-clubes. Mas o exagero das exceções se dá quando em cada clube que jogam beijam o escudo do clube como se fosse para sempre.

Renato Lélis

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