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Nícolas Barbosa

nicolasnunesbarbosa@gmail.com

26/09/2016 - 06h06

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Nícolas Barbosa

nicolasnunesbarbosa@gmail.com

26/09/2016 - 06h06

"Precisamos de turistas o ano todo"

Ehrlich Cordão, presidente da Câmara Setorial de Turismo, fala sobre propostas apresentadas ao governo

Ehrlich Cordão não esconde seu entusiasmo com a Câmara

 Ehrlich Cordão não esconde seu entusiasmo com a Câmara

O empresário Ehrlich Cordão é reconhecido no Piauí como organizador do bem-sucedido Rally Piocerá. Mas este ano ele assumiu a missão de presidir a Câmara Setorial de Turismo, um grupo responsável por pensar o setor turístico do estado. Ela irá propor soluções e acompanhará as execuções que o governo estadual deve tomar para que o Piauí passe a receber mais turistas. A coluna conversou com o empresário que amplia seu entusiasmo já característico.

 

Turismo no Piauí – O que é a Câmara Setorial de Turismo e a qual seu objetivo?

 

A câmara é um fórum composto por todos os atores do setor turístico do estado. Têm membros do segmento privado, como Associações de hotéis e agências de turismo, do segmento público, do Sistema S, do setor financeiro e da sociedade civil. Lá são discutidas ações que serão propostas ao governo do estado e depois acompanhadas. Será muito importante para que o setor turístico consiga levar suas demandas com mais força, já que está unido.

 

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TP – Qual o diagnóstico que a Câmara fez do turismo piauiense?

 

O turismo do Piauí sofre com a ausência de políticas públicas. Não é seguido um planejamento que os atores econômicos possam visualizar e definir suas ações. Ao mesmo tempo, pode-se dizer que já existe uma infraestrutura. É pequena, mas existe. O que precisamos é de uma demanda constante para que mais investimos sustentáveis possam ser feitos.

 

Prioridade é ter turista o ano todo na Serra da Capivara e em Parnaíba (Foto: Fumdham)

 

TP – Como a Câmara vê as potencialidades turísticas do Piauí?

 

Acreditamos que o turismo é uma atividade que deve ser central no desenvolvimento do estado e que temos potencial para isso. Vemos o destaque dado a obras como os parques eólicos e a ferrovia Transnordestina. Essas garantem alto número de empregos apenas durante a sua construção. O turismo é mais sustentável economicamente. Um emprego gerado num hotel, por exemplo, dura anos e pode se passar de geração em geração. O turismo engloba cerca de 52 atividades diretas. Um resort, além de empregar, gera demanda para o setor alimentício, os transportes e muitos outros.

 

TP – Como funciona o trabalho da Câmara?

 

Em conjunto com a Rede Pensa Piauí, a Fundação Getúlio Vargas e outros atores, nós desenvolvemos um plano de longo prazo para o estado. Entretanto, para o Governo nós não apresentamos esse plano por inteiro porque ele é muito caro. Separamos alguns investimentos e pedimos que o governador dê prioridade na sua execução em curtíssimo prazo.

 

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TP – Quais são eles?

 

Separamos em 4 grupos o que denominamos de ações prioritárias. O primeiro grupo contempla as políticas públicas. Precisamos definir e implantar uma política estadual de turismo, isso a partir de uma lei que deve ser criada. Além disso, deve-se criar o Tourinvest, uma legislação que atraia investimentos turísticos, projeto que já tem termo de referência finalizado, mas não tem definição de custos. O segundo grupo é a promoção e o marketing. Engloba a implementação urgente de um plano de marketing, priorizando o ecoturismo e o turismo de negócios, a candidatura à realização do evento Destination Brasil Travel Mart e a realização do Salão de Turismo do Piauí. No terceiro grupo tem a infraestrutura. Buscar implantar UTI’s em Parnaíba, Piripiri e São Raimundo Nonato, a adutora do litoral, o saneamento e uma pista de pouso em Barra Grande, construir o Porto dos Tatus no acesso ao Delta, o Centro de Convenções de Teresina, a orla da Pedra do Sal, o Museu de Ciências Naturais de Teresina e a sinalização turística da RIDE- Grande Teresina. Para fechar, o setor empresarial pede que haja redução de ICMS na aquisição de equipamento essenciais, água, energia elétrica e combustíveis dedicados ao transporte aéreo.

 

TP – Como o governo recebeu as propostas?

 

Tivemos uma reunião com o governador em que todos os membros da Câmara saíram muito entusiasmados. Ele aplaudiu todas as propostas. Semana passada, nos reunimos com o secretário de turismo, Flávio Nogueira Junior, que nos falou que algumas obras já foram realizadas ou estão previstas em projeto ou em orçamento.

 

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TP – Você acha que a reunião foi apenas uma maneira de o governo responder à crise na Serra da Capivara?

 

Acredito que não. As Câmara Setoriais foram uma iniciativa do começo do governo Wellington Dias. Estamos desenvolvendo propostas há algum tempo e já as tínhamos prontas para apresentar.

 

TP – Todos os municípios estão no plano?

 

Sim, todos. Entretanto, como decidimos priorizar determinadas ações neste primeiro momento, escolhemos 3 para ter um maior foco. Teresina, como a porta de entrada do estado, Parnaíba, com seu roteiro Costa do Delta, que tem o litoral e o caminho até a capital, e São Raimundo Nonato por causa do Parque Serra da Capivara.

 

TP – Muitos planos foram feitos para o turismo do Piauí, mas não foram realizados. Por que você acredita que dessa vez vai dar certo?

 

Acredito que dessa vez existe uma maior interlocução entre o setor público e o privado. Além disso, eu acredito nos potenciais do Piauí. Os recursos existem, nós precisamos é ter projetos e apresenta-los para que esse dinheiro venha para cá como investimentos e turistas. Não podemos ficar presos apenas ao poder público ou as empresas daqui, precisamos ter planos bem elaborados e pessoas dispostas a irem no Governo Federal, no BID, em empresas internacionais, etc atrás da captação de investimentos. Também demos prioridade a um plano de marketing que será importante para que o Piauí tenha uma marca turística que saiba se vender. Estados como Ceará, Pernambuco, Bahia e agora Rio Grande do Norte deram prioridade ao turismo e se desenvolveram em pouco tempo, por que o Piauí não pode?    

Nícolas Barbosa

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