Facebook
  RSS
  Whatsapp
Quarta-feira, 08 de maio de 2024
Notícias /

Geral

26/05/2015 - 07h32

Compartilhe

26/05/2015 - 07h32

Projeto “Leitura Livre” será levado para todas as unidades prisionais do Piauí‏

“A verdadeira revolução só se faz com livros", diz secretário estadual de Justiça, Daniel Oliveira.

 Acesse Piauí

O projeto “Leitura Livre” foi iniciado em março deste ano (Foto: Ascom)

 O projeto “Leitura Livre” foi iniciado em março deste ano (Foto: Ascom)

A leitura é sinônimo de liberdade e através dela é possível conhecer outros mundos e vivenciar novas experiências. Para garantir mais humanização nas unidades prisionais do Piauí, a Secretaria Estadual de Justiça vem apostando em projetos que envolvam a literatura.

 

O projeto “Leitura Livre” foi iniciado em março deste ano, na Penitenciária Irmão Guido, onde a psicóloga Vanessa Moura identificou a vontade de ler entre os internos. 

 

“Através dos atendimentos individuais observamos que os internos sempre pediam algo pra ler, até mesmo revistas de fofoca. Eu percebi essa demanda e surgiu a ideia de um projeto de leitura. Os detentos ficam com um livro durante 30 dias e no final produzem uma resenha. Depois disso, eles participam de uma roda de conversas para discutir sobre o que foi lido, aprendido”, ressalta.

 

De acordo com o secretário estadual de Justiça, Daniel Oliveira, em breve será realizado o lançamento oficial do projeto “Leitura Livre”.  

 

“A verdadeira revolução só se faz com livros. Eu acredito no poder da leitura. Nosso plano é ampliar esse projeto para todas as unidades prisionais do Estado e possibilitar um destino melhor para os internos”, destaca o secretário Daniel Oliveira.

 

Na semana passada o projeto deu um passo à frente com a realização das primeiras oficinas literárias, ministradas pelo ex-detento e escritor paulista, Luiz Alberto Mendes, na Penitenciária Feminina de Teresina e na Penitenciária Regional Irmão Guido, beneficiando 60 internos. A atividade deve ser estendida às demais unidades do Estado.

 

Luiz Alberto Mendes tem ministrado oficinas de leitura e escrita nas penitenciárias dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Ele ficou preso por mais de 30 anos e nesse período foi professor dos demais internos. Dentro da penitenciária tomou gosto pela leitura e começou a escrever os primeiros traços de um estilo próprio, onde a temática envolve violência, memórias, solidão, desamparo e humanidade.

 

“Cheguei à prisão semianalfabeto. Hoje retorno aos presídios para repassar meus ensinamentos a esses companheiros. Eu ainda tenho uma ligação muito forte com eles e considero importante ensinar o que aprendi com a prisão e com a vida. Não é fácil voltar para uma penitenciária, mas tenho o compromisso de levar a mensagem que o livro salva e se me salvou pode salvar cada um deles”, destaca o escritor.

 

O interno Fabiano Pereira de Castro, preso há dois anos, afirma que o projeto de literatura é uma experiência nova e um estímulo para ter mais conhecimento fora da prisão. “Já li vários livros através desse projeto. Como coordenador do meu pavilhão procuro incentivar os outros detentos a lerem mais e a terem uma boa ocupação na prisão”, explica Fabiano.

 

Para o interno Cleiton Sousa Costa, preso há oito anos, o projeto "Leitura Livre" é uma oportunidade de ampliar a visão de mundo e ir além das celas da penitenciária. “Os livros do autor Luiz Alberto Mendes tem me passado uma energia muito positiva. Com esse projeto tenho a oportunidade de exercitar minha mente, mesmo com todas as dificuldades que a prisão impõe”, afirma o interno.

 

Projeto vai possibilitar a remição da pena

 

Um dos focos do projeto “Leitura Livre” é a remição da pena. Além dos benefícios que a leitura possibilita, a aprovação das resenhas por uma banca avaliadora, formada por membros da Secretaria de Educação, garantirá a remição de quatro dias na pena do interno.

 

Para a psicóloga Vanessa Moura, o projeto representa o início da ressocialização e da humanização, metas da Secretaria de Justiça.

 

“Apenas privar uma pessoa da liberdade não vai garantir que ela saia da prisão melhor. Depois que os detentos começaram a ler, percebemos que eles ampliaram sua visão de mundo e o ambiente na penitenciária melhorou”, finaliza.

Acesse Piauí

Comentários