As Promotorias de Justiça de Pedro II denunciaram a ex-diretora do Juizado Especial Cível e Criminal do município. O motivo é a existência de indícios de que houve apropriação de recursos originários de transações penais. Baseado em informações fornecidas pela atual Juiz Titular do JECC, o Ministério Público requereu ao Poder Judiciário a quebra do sigilo bancário e fiscal da investigada.
O pedido foi deferido, o que possibilitou a constatação de que relevantes quantias foram depositadas na conta corrente da ré por pessoas beneficiadas por alvarás expedidos pelo Juizado Especial. Tais movimentações foram registradas nos anos de 2010 e 2011.
O Ministério Público coletou relatos de uma vítima que declarou ter sido acompanhada pela investigada até o caixa, e que no ato do saque a ex-diretora do JECC teria exigido metade do valor de um alvará. A vítima alegou que tentou resistir, mas que ao final cedeu porque teve receio de perder o documento, já que este ficou em posse da investigada durante todo o tempo.
Também foi denunciado o marido da ex-diretora. Segundo se apurou, há indícios de que ele, que é policial militar, ajudou a ocultar o patrimônio do casal dos órgãos de controle (controle interno do TJ e da PM-PI, TCE–PI e Receita Federal), o que se configura lavagem de dinheiro. Há indícios, também, de que o patrimônio do casal é incompatível com o rendimento advindo de suas remunerações.
Outras três pessoas foram denunciadas, entre advogados e um corretor de seguros do DPVAT. As investigações foram conduzidas pelos dois Promotores de Justiça da comarca, Plínio Fontes e Avelar Marinho, resultando na denúncia, ofertada no último dia 22 de abril.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.