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Terça-feira, 30 de abril de 2024
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Josenildo Melo

josenildomelo@folha.com.br

22/06/2015 - 09h42

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Josenildo Melo

josenildomelo@folha.com.br

22/06/2015 - 09h42

Malhando em ferro frio?

A construção de um Piauí coletivo em termos políticos é malhar em ferro frio? O que é a expressão malhar em ferro frio? Expressão popular que significa: perder tempo com alguma coisa que não vai mudar; problema irremediável. Desista! Não adianta ficar malhando em ferro frio, porque eles não irão mudar de opinião. Mas ao invés de desistir devemos é persistir!

 

 

Ao poder de forma generalizada convém manter o status quo; e a quem está fora do poder a reversão de foco e chegada ao poder pra melhorar as condições de vida coletiva. Mas que poder é esse que chega ao ponto de desprezar continuamente aliados de primeira hora? Quer dizer que as pessoas servem pra chegar ao poder, mas ao chegar ao poder todas as pessoas que possam ofuscar holofotes precisam ser contidas bruscamente? Isso é rezar demasiadamente em manuais de como manter-se no poder pelo próprio poder? E como fica o povo? A população?

 

 

Em outra ótica também tem o aspecto de que no mundo político nem tudo que sofremos de contrariedade deve imediatamente ser exposto. Muitas vezes na vida temos que engolir algo, mastigá-lo, e somente depois do calor das emoções esvaziar-se; tomarmos decisões e posicionamentos. A vingança é um prato que se serve frio? Vingança é um termo que não deve existir no contexto político; diríamos que o revide político deve ser exercido no momento certo e de forma calculada. No mundo político existe algo contínuo, a construção e desconstrução de imagem. A pergunta nas rodas políticas a partir de agora será a seguinte: quem sairá desgastado em mais esse episódio político? Refletir é importante; mesmo que muitos considerem que desenvolver o Piauí igual ao Japão seja malhar em ferro frio. Porque as escolas públicas piauienses não podem chegar ao nível de cidadania japonesa? Precisamos sair da periferia do mundo político. Contrariedades e demonstração exacerbada de poder não ajuda em nada!

 

 

De acordo com Ana Lucia Santana no Japão a educação  é uma prática ancestral, pois antecede o próprio exercício da escrita chinesa neste país, a qual teve início no século VI. No princípio ela se limitava à aristocracia, elite da sociedade japonesa. Ao longo do Período Edo, porém, a massa popular já havia conquistado o acesso ao sistema escolar; os samurais foram beneficiados com cursos especificamente direcionados a eles, mas as outras classes contavam com escolas mistas, nas quais aprendiam a escrever, ler e contar.  

               

 

Por meio desta estrutura educacional 40% dos japoneses já eram alfabetizados quando, em 1868, foi deflagrada a Restauração Meiji. Nesta mesma época instituiu-se no Japão o sistema de escolas primárias, secundárias e foram criadas as primeiras universidades. Os alunos percorrem cinco etapas: o jardim de infância, que pode durar de um a três anos; o primário, que contabiliza seis anos; o ginásio de 1º grau, o qual soma três anos; o ginásio de 2º grau, igualmente com três anos de duração; e finalmente a Universidade, concluída normalmente em quatro anos. Desejar um Piauí realmente melhor é viver malhando em ferro frio? Não; não é!

           

 

A formação educacional japonesa é gratuita e compulsória para todos os que estejam na faixa etária localizada entre os seis e 15 anos, apesar de uma boa parte dos graduados neste estágio seguirem voluntariamente para o período seguinte, correspondente ao 2º grau; já se tornou praticamente uma tradição, para os estudantes, ter no currículo essa fase da educação.

           

 

É em Abril que se inicia o ano letivo neste país. O currículo de cada etapa é estabelecido pelo Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia. O material pedagógico é constantemente submetido a análises e apreciações. Política é algo muito sério! Tem que aparecer alguém que realmente seja capaz de revolucionar o Estado do Piauí; precisamos sair do contexto de políticas periféricas. Política aglutinadora e ascendente é “uma verdadeira guerra” transformadora através da saúde, cultura educacional cidadã e respeito contínuo a seu povo!

           

 

Geograficamente somos maiores que muitos países. Falta visão coletiva de Poder?

 

Josenildo Melo

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