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Sabado, 18 de maio de 2024
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Ana Regina Rêgo

Ana Regina Rêgo

anareginarego@gmail.com

28/12/2020 - 21h41

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Ana Regina Rêgo

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28/12/2020 - 21h41

Vozes da Ciência no Twitter



O IBPAD- Instituto Brasileiro de Análise de Dados e o Projeto Science Pulse identificam as principais vozes do campo científico na plataforma digital Twitter. 


​O Science Pulse é uma ferramenta gratuita para monitorar a produção de conteúdo de cientistas e divulgadores científicos. Segundo o IBPAD, mais de 1.200 nomes de todo o mundo estão sendo monitorados. De maio a dezembro de 2020 mais de 200 mil twetts (23%) desses produtores de conteúdo se referiam à COVID-19. 

​O Projeto procura responder no meio a uma guerra de narrativas informacionais e desinformacionais que disputam a atenção dos usuários, o quê e quem efetivamente possui influência.  Nesse sentido, conforme matéria do site do IBPAD , “a parceria com o IBPAD permitiu responder a essa questão construindo um ranking dos principais influenciadores da Ciência sobre a temática da pandemia da COVID-19 durante o ano de 2020”. 

​O projeto utiliza uma metodologia de classificação e identificação desenvolvida a partir da expertise do IBPAD e que permite identificar a influência a partir de vários parâmetros. 

Os principais influenciadores brasileiros identificados foram: 1. Átila Iamarino ( divulgador científico) que possui 1.085.123 seguidores, 2. Luiza Caires (Jornalista / Divulgadora científica) com 33.078 seguidores, 3. Otavio Ranzani (Epidemiologista / Médico) que possui 16.091, 4. Mellanie Fontes-Dutra ( Neurocientista / Divulgadora científica) com 9.003 seguidores e 5. Marcio S Bittencourt ( Cardiologista / Editor científico / Professor) que tem6.014 seguidores. 

​Essa classificação no entanto, não é fixa,  visto que o método utiliza as categorias de: Popularidade, Autoridade e Articulação e diferentes parâmetros para avaliar a atuação dos cientistas e instituições em cada uma delas.

​Quando se mistura no mesmo ranking cientistas, pesquisadores e instituições os resultados são interessantes. Em popularidade por exemplo, surge em primeiro lugar o inglês Richard Dawkins que possui quase 3 milhões de seguidores, e em segundo lugar aparece o Atila Iamarino, ambos à frente de instituições como Agência Fiocruz, USP e SBPC-Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que ocupam a terceira, quinta e sexta posição do ranking dos maiores influenciadores em termos de popularidade. 


​Já no que se refere à autoridade, Átila Iamarino se mantém em primeiro lugar, seguido por Otávio Ranzani e Natalia Pasternak. 

Em termos de articulação a USP figura em primeiro lugar, enquanto Átila Iamarino ocupa a quarta posição seguido pela Rede de Análise da COVID-19 que é um projeto colaborativo com abrangência nacional e que é parceiro da Rede Nacional de Combate à Desinformação-RNCD. 

Para maiores informações visite o link e baixe o documento com os principais resultados da pesquisa: IBPAD e Science Pulse identificam as principais vozes da ciência no Twitter | IBPAD
 
COVID-19 E (hidroxi) cloroquina: uma disputa sobre a verdade científica durante as transmissões ao vido semanais do Bolsonaro no Facebook
 
Uma pesquisa recentemente lançada pelo JCOM-Journal of Science Communication e realizada por Ana Carolina Monari, Allan Santos e Igor Sacramento do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Saúde da Fiocruz, procurou identificar nas narrativas semanais do Presidente Jair Bolsonaro marcas que possam influenciar seus seguidores e convencê-los a utilizar medicamentos contestados pelo campo cientifico, dentre outras coisas.

Segundo os autores, “Jair Bolsonaro contesta a verdade da ciência para convencer a população de que essas drogas podem salvar vidas, preservar empregos e restaurar o crescimento econômico”. 

Os pesquisadores se apoiaram na teoria de Charaudeau sobre Pathos e discurso político, como processo metodológico procurando compreender como o populismo de direita incorporou a comunicação vinculada a uma pretensa pós-verdade, como característica distintiva  da política contemporânea.

A análise foi estruturada em cima dos três temas mais reincidentes nas falas do Presidente, qual sejam: atrasos no questionamento por insistência no método cientifico, a supervalorização das experiências pessoais e a ênfase na liberdade de escolha dos indivíduos. Por outro lado, para observar também os cenários discursivos que Jair Bolsonaro prepara para produzir os efeitos pretendidos na audiência, os pesquisadores  procuraram identificar a partir dos indícios discursivos que indicavam: 1.esperança e urgência, 2.confiança e desconfiança e por fim, liberdade e polarização. 

O artigo completo pode ser acessado neste link : COVID-19 and (hydroxy)chloroquine: a dispute over scientific truth during Bolsonaro's weekly Facebook live streams (sissa.it)

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