Em janeiro de 2021 lançamos a Revista Oxente! um projeto editorial experimental de jornalismo híbrido onde as temáticas são culturais e o estilo é jornalismo literário. Escolhemos Oxente porque fala de nós e de nosso lugar.
Oxente é interjeição nordestina, também presente no linguajar piauiês. Exclamação, dúvida, surpresa, contestação. Oxente! nas especulações das raízes etimológicas da palavra parece ter vindo de uma expressão suprimida a partir de um original: ô minha gente, que se transformou em ô gente e, por fim, nosso Oxente!
Independente de sua origem Oxente! faz parte da nossa cultura, do nosso dia a dia, é algo que pode exprimir para além da surpresa, indignação, outros estados que nos deixam em alerta e dispostos a intervir.
Nossa revista Oxente! vem, portanto, para chamar atenção, para surpreender e indignar. Vem para dar voz à cultura, mas também para denunciar.
Oxente! é a voz que risca o céu no raio da Chapada do Corisco e traz denúncias que se colocam ao mundo pelas narrativas da cultura. Nascida na disciplina Jornalismo Especializado II do Curso de Jornalismo da UFPI, Oxente! se fez primeiro desafio proposto aos discentes. Desafio de trabalhar um jornalismo que possa romper com as amarras do jornalismo da modernidade, comumente fechado em uma estrutura não mais viável para os dias atuais.
Fazer jornalismo cultural e ao mesmo tempo, trabalhar o texto jornalístico de forma literária no modelo desenvolvido a partir do New journalism de Truman Capote, Gay Talese e Tom Wolfe, mas de certo modo, indo além das proposições destes escritores/jornalistas; foi o desafio inicial lançado logo nos primeiros dias de março de 2020, quando começamos nossos encontros, então presenciais, mas logo interrompidos pela pandemia da COVID-19 que hoje, mais de um ano depois, ainda nos cerceia a liberdade.
Nossa disciplina retornou no início de novembro de 2020 e ao longo dos últimos meses estivemos conhecendo os dois gêneros jornalísticos (cultural e literário), debatendo pautas e exercitando a escrita híbrida, subjetiva e flexível em novos modos de narrar.
A revista Oxente! é a expressão da balbúrdia de uma universidade pública e pulsante, onde se desenvolvem as atividades do pensar e do ver o mundo por uma visada crítica.
Nossos caminhos são iniciais, mas esperamos que possam despertar o olhar do leitor. No primeiro número, trabalhamos com produtos culturais do audiovisual que trazem denúncias sobre o momento presente de grande potencialização do fenômeno da desinformação e de ubiquidade das mídias sociais na vida dos cidadãos. Abordamos de modo indireto as nuances da sociedade do controle e da recompensa que se pauta numa economia da audiência, onde nossa atenção é o principal produto à venda.
Na segunda edição a Revista Oxente! lançada em fevereiro, nos presenteou com oito matérias que abordam temáticas do jornalismo cultural e que nos proporcionam conhecimento e criticidade, além de empatia necessária aos dias atuais.
Acreditamos que os dias atuais são desafiadores ao campo jornalístico e para seus profissionais, pois se de um lado, não podemos retornar a um modelo de um jornalismo moderno pautado em métodos não mais factíveis na atualidade, pautados em uma pretensa e completa objetividade, ou mesmo, imparcialidade; por outro, não podemos nos permitir um afastamento completo do fato que pelo olhar do profissional se torna um acontecimento jornalístico.
Para além de todo o conhecimento sobre as crises que passamos em relação à disputa pela verdade, o jornalismo nesse início de século XXI, começa a dar pistas e apontar caminhos para estreitar o relacionamento com a sociedade e quem sabe, possivelmente, restaurar o seu lugar de destaque na produção de narrativas sociais e memoriais abraçadas pela população.
Por fim, vale ressaltar que exatamente na data de hoje, 27 de maio de 2021, uma nova turma da disciplina Jornalismo Especializado II lança a terceira edição da Revista Oxente! que é publicada ao mesmo tempo em que o Brasil ultrapassa a impensável marca de 450 mil mortos por COVID-19 e se direciona à passos largos para o número de meio milhão de vítimas fatais do novo coronavírus, em poucos meses.
É como se mais da metade da cidade de Teresina desaparecesse deixando a capital do Piauí, deserta, deserta de amigos, deserta de amores, deserta de filhos, deserta de pais, mães, irmãos.
Os números de mortos crescem e parte da nossa população segue inconsciente de si e de seu papel na saúde coletiva. Os números crescem e os economistas e empresários neoliberais só pensam em não parar a economia, sem compreender que sem o controle da pandemia não há futuro viável para uma economia que possa trabalhar em prol da inclusão social e do bem estar de nossa população.
É, portanto, nesse caos, nesse mundo distópico, um futuro-passado que se pensava não concretizável e no qual estamos mergulhados, que a terceira edição da Revista Oxente! chega ao público trazendo esperança, abrindo as portas da cultura e revelando os meandros de ambientes que sofrem com a pandemia, com o isolamento consciente e todas as consequências para a saúde, inclusive mental, mas que resistem, porque cultura é, antes de tudo, consciência e resistência.
Visite e divulgue nossa revista fruto da balbúrdia de uma Universidade pública em tempos de pandemia. Somos resistência.
Link : https://nujocufpi.wixsite.com/pesquisa/c%C3%B3pia-sobre
Oxente é interjeição nordestina, também presente no linguajar piauiês. Exclamação, dúvida, surpresa, contestação. Oxente! nas especulações das raízes etimológicas da palavra parece ter vindo de uma expressão suprimida a partir de um original: ô minha gente, que se transformou em ô gente e, por fim, nosso Oxente!
Independente de sua origem Oxente! faz parte da nossa cultura, do nosso dia a dia, é algo que pode exprimir para além da surpresa, indignação, outros estados que nos deixam em alerta e dispostos a intervir.
Nossa revista Oxente! vem, portanto, para chamar atenção, para surpreender e indignar. Vem para dar voz à cultura, mas também para denunciar.
Oxente! é a voz que risca o céu no raio da Chapada do Corisco e traz denúncias que se colocam ao mundo pelas narrativas da cultura. Nascida na disciplina Jornalismo Especializado II do Curso de Jornalismo da UFPI, Oxente! se fez primeiro desafio proposto aos discentes. Desafio de trabalhar um jornalismo que possa romper com as amarras do jornalismo da modernidade, comumente fechado em uma estrutura não mais viável para os dias atuais.
Fazer jornalismo cultural e ao mesmo tempo, trabalhar o texto jornalístico de forma literária no modelo desenvolvido a partir do New journalism de Truman Capote, Gay Talese e Tom Wolfe, mas de certo modo, indo além das proposições destes escritores/jornalistas; foi o desafio inicial lançado logo nos primeiros dias de março de 2020, quando começamos nossos encontros, então presenciais, mas logo interrompidos pela pandemia da COVID-19 que hoje, mais de um ano depois, ainda nos cerceia a liberdade.
Nossa disciplina retornou no início de novembro de 2020 e ao longo dos últimos meses estivemos conhecendo os dois gêneros jornalísticos (cultural e literário), debatendo pautas e exercitando a escrita híbrida, subjetiva e flexível em novos modos de narrar.
A revista Oxente! é a expressão da balbúrdia de uma universidade pública e pulsante, onde se desenvolvem as atividades do pensar e do ver o mundo por uma visada crítica.
Nossos caminhos são iniciais, mas esperamos que possam despertar o olhar do leitor. No primeiro número, trabalhamos com produtos culturais do audiovisual que trazem denúncias sobre o momento presente de grande potencialização do fenômeno da desinformação e de ubiquidade das mídias sociais na vida dos cidadãos. Abordamos de modo indireto as nuances da sociedade do controle e da recompensa que se pauta numa economia da audiência, onde nossa atenção é o principal produto à venda.
Na segunda edição a Revista Oxente! lançada em fevereiro, nos presenteou com oito matérias que abordam temáticas do jornalismo cultural e que nos proporcionam conhecimento e criticidade, além de empatia necessária aos dias atuais.
Acreditamos que os dias atuais são desafiadores ao campo jornalístico e para seus profissionais, pois se de um lado, não podemos retornar a um modelo de um jornalismo moderno pautado em métodos não mais factíveis na atualidade, pautados em uma pretensa e completa objetividade, ou mesmo, imparcialidade; por outro, não podemos nos permitir um afastamento completo do fato que pelo olhar do profissional se torna um acontecimento jornalístico.
Para além de todo o conhecimento sobre as crises que passamos em relação à disputa pela verdade, o jornalismo nesse início de século XXI, começa a dar pistas e apontar caminhos para estreitar o relacionamento com a sociedade e quem sabe, possivelmente, restaurar o seu lugar de destaque na produção de narrativas sociais e memoriais abraçadas pela população.
Por fim, vale ressaltar que exatamente na data de hoje, 27 de maio de 2021, uma nova turma da disciplina Jornalismo Especializado II lança a terceira edição da Revista Oxente! que é publicada ao mesmo tempo em que o Brasil ultrapassa a impensável marca de 450 mil mortos por COVID-19 e se direciona à passos largos para o número de meio milhão de vítimas fatais do novo coronavírus, em poucos meses.
É como se mais da metade da cidade de Teresina desaparecesse deixando a capital do Piauí, deserta, deserta de amigos, deserta de amores, deserta de filhos, deserta de pais, mães, irmãos.
Os números de mortos crescem e parte da nossa população segue inconsciente de si e de seu papel na saúde coletiva. Os números crescem e os economistas e empresários neoliberais só pensam em não parar a economia, sem compreender que sem o controle da pandemia não há futuro viável para uma economia que possa trabalhar em prol da inclusão social e do bem estar de nossa população.
É, portanto, nesse caos, nesse mundo distópico, um futuro-passado que se pensava não concretizável e no qual estamos mergulhados, que a terceira edição da Revista Oxente! chega ao público trazendo esperança, abrindo as portas da cultura e revelando os meandros de ambientes que sofrem com a pandemia, com o isolamento consciente e todas as consequências para a saúde, inclusive mental, mas que resistem, porque cultura é, antes de tudo, consciência e resistência.
Visite e divulgue nossa revista fruto da balbúrdia de uma Universidade pública em tempos de pandemia. Somos resistência.
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