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22/06/2021 - 07h13

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22/06/2021 - 07h13

O MILITAR PRECISA SER ESTUDADO

 

A sociedade sustenta guardiões para se proteger, mas pouco os conhece. Ministrarei a partir de julho um curso introdutório ao estudo do militar brasileiro.
 
Guardiões fazem propaganda de si o tempo todo; constroem as versões da história que lhes convém. Desde sempre, querem atravessar o Rubicão, tomar o Estado e ditar os rumos da sociedade. 
Em busca de legitimidade, no Brasil, criaram a lenda de que a pátria foi fundada no confronto de Guararapes. Autoproclamados fundadores da pátria, os guardiões querem ditar-lhe o futuro.

Hoje, os brasileiros perguntam se viveremos uma nova ditadura. Pagamos para ter tranquilidade; vivemos no temor.
 
Eu não ousaria ministrar este curso sozinho. Convidei veteranos como José Murilo de Carvalho, João Quartim de Moraes, Eliézer Rizzo de Oliveira e Ernesto Justo López. Muitos foram iniciados por estes intelectuais. Pena não contar com Edmundo Coelho Campos e Oliveiros Ferreira, que partiram depois de tanto contribuir para o conhecimento do militar brasileiro.

Mas terei a companhia confortante de colegas com trajeto intelectual reconhecido: Héctor Saint-Pierre, João Roberto Martins Filho, Celso Castro, Piero Leirner, Francisco Carlos Teixeira, Suzeley Kalil, Samuel Alves Soares, Antonio Jorge Ramalho, Paulo Cunha, Renato Lemos e Germán Soprano. De longa data converso e aprendo com esta turma, cada um com suas sensibilidades diante das circunstâncias difíceis a que estamos submetidos, todos empenhados na luta pela democracia.
 
Terei a ajuda de talentos que acumulam contribuições na matéria e nas temáticas afins: Adriana Marques, Maud Chirio, Eduardo Costa Pinto, Adriana Barreto, Eduardo Heleno, Sérgio Aguilar, Mônica Martins, Eduardo Svartman, Ana Penido, Gustavo Guerreiro e Sebastião André Alves Filho. Estes professores exploraram temas cruciais para o estudo do militar brasileiro e precisam ser ouvidos.

O militar brasileiro sempre se envolveu com Segurança Pública. Organizações criminosas e milicianas hoje são atores políticos e desafiam o Estado. Para dialogar sobre esta tragédia terei a luxuosa companhia de Luiz Eduardo Soares, Jacqueline Muniz e Michel Misse. A bibliografia falará.

O curso contará com personalidades que se empenharam em políticas e atividade do interesse da Defesa: Nelson Jobim, Celso Amorim, Roberto Amaral e José Genoino. A reflexão se elevará diante do que estes homens tem a dizer. 

As instituições militares ofereceram ao Brasil escritores brilhantes, mas a triagem política e ideológica empancou a verve castrense. Eis que um coronel-artilheiro se destaca: Marcelo Pimentel Jorge de Sousa, que integra minha lista de convidados.
 
A imprensa responde, em grande parte, pelo que pensam os brasileiros acerca de seus guardiões, mas poucos jornalistas se especializaram. É o caso de Marcelo Godoy, que atendeu ao meu chamado.

Quando o militar se intromete nos negócios políticos, desbota o princípio de que todo o poder emana do povo e só em seu nome pode ser exercido. O controle do militar pelo poder civil é uma exigência da democracia.

Acontece que ninguém controla o desconhecido. O estudo do militar se impõe aos que gostam da liberdade e querem o desenvolvimento do Brasil. Foi o que pensei ao propor este curso ao Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé.

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Manuel Domingos Neto é professor, doutor, historiador e ex-deputado federal - nas redes sociais. 

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