Está nas mãos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o futuro da CPI do MEC. A possibilidade de abertura de uma frente de investigações sobre irregularidades no Ministério da Educação, bem como a possível interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal, causa incômodo ao governo, sobretudo, pela proximidade do calendário eleitoral e a capacidade de fazer estragos na candidatura do presidente.

O requrimento entregue pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) conta com 31 assinaturas - quatro a mais que as exigidas. Caberá a Pacheco avaliar a conveniência de instalar uma comissão parlamentar de inquérito no período eleitoral.

Randolfe tem conversado com o presidente do Senado e demonstra otimismo com a instalação da CPI. Acredita que o requerimento poderá ser lido em dois dias. Até o momento o Planalto não teve êxito na retirada de assinaturas, o que mostra as dificuldades do governo na Casa onde amargou os desgastes da CPI da Covid em 2021.

Mesmo que Pacheco dê sinal verde para a criação da comissão, as investigações só começarão em agosto. O desgaste, no entanto, já está dado. O tamanho e o prolongamento da crise passarão, necessariamente, pelas mãos do presidente do Senado.