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Segunda-feira, 29 de abril de 2024
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Josenildo Melo

josenildomelo@folha.com.br

02/09/2015 - 14h00

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Josenildo Melo

josenildomelo@folha.com.br

02/09/2015 - 14h00

Precisamos de “Boca do Inferno”?

Precisamos. É certo que já temos alguns, mas de fato precisamos de mais boca do inferno; sobretudo na etimologia clássica do que define os Jornalistas. A sociedade contemporânea e política necessitam de mais “bocas do inferno”. Se com as “bocas do inferno” que temos ainda fazem o que fazem; imagine sem elas. Precisamos de mais “bocas do inferno”!

           

 

O que é a expressão “boca do inferno”? Foi o título atribuído a Gregório de Matos Guerra, o “Boca do Inferno”. Com seu espírito crítico, satirizava políticos, comerciantes, colonizadores e até mesmo o povo. Gregório nasceu supostamente em 7 de abril de 1633 na Bahia e morreu em Recife em 1696. Veio de uma família rica que possuía dois engenhos. Gregório de Matos escreveu poesia satírica; suas poesias satíricas possuem um ótimo material do ponto de vista sociológico e linguístico. Nelas, o escritor narra episódios da vida popular, cotidiana e política. Através delas podemos conhecer melhor a sociedade da época colonial.

           

 

E nos dias de hoje quais as notícias críticas? Não estamos aqui a culpabilizar ninguém, pelo contrário cada um faz o que bem entender de sua vida. A questão é; vale a pena se submeter aos donos do poder? A primeira fórmula pra manter a independência é afastar-se dos que percebem o poder como algo que deve escravizar! A segunda característica pra manter uma visão crítica da sociedade e ajudar a construir um mundo melhor é viver igual a um monge. E como um monge vive? Oração, trabalho e estudos. Afastar-se completamente do materialismo.

           

 

Neste momento em que escrevemos e no tempo em que o influente e conceituado Acesse Piauí coloca este conteúdo no “ar”; inúmeros pobres e marginalizados da sociedade morrem por falta de educação, saúde, moradia, emprego e renda de qualidade. E o problema é falta de dinheiro? Pesquisadores e inúmeros analistas já comprovaram que o problema não é dinheiro e sim falta de boa gestão dos recursos públicos. O erário público dispõe de recursos?

           

 

Pensem não somente no momento atual, mas em todo o contexto da descoberta do Brasil; desde os primórdios de sua existência sempre existiu a desculpa de falta de dinheiro, mas sempre o número de pessoas ricas e prósperas não aumentaram? Então, o problema é falta de dinheiro? E se o erário público não dispõe de recursos porque mesmo essa briga eleitoreira a cada eleição? Estude, pesquise, acumule diplomas acadêmicos, mas seja um “boca do inferno”!

           

 

O que é a crítica? Em Jornalismo, crítica principalmente na política, com a chamada “charge política” é uma função de comentário sobre determinado tema, geralmente da esfera política propriamente dita. A crítica é feita pelo crítico, seja político, jornalista ou profissional especializado de área, que entra em contato com o produto a ser criticado e redige matérias ou artigos apresentando uma valoração do objeto analisado. É realmente importante criticar!

           

 

Pense, analise, reflita! Se com a crítica acontece o que acontece; imagine sem o poder da crítica. Precisamos construir um Estado e um País onde todos possam evoluir coletivamente!

 

 

*Esse artigo é uma homenagem a todos aqueles que não se rendem e continuam desejando em seus corações uma sociedade melhor. Gregório de Matos é uma excelente fonte de Pesquisa!

 

Josenildo Melo

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