Facebook
  RSS
  Whatsapp
Sexta-feira, 29 de março de 2024
Colunas /

Editorial

contato@acessepiaui.com.br

11/05/2017 - 10h59

Compartilhe

Editorial

contato@acessepiaui.com.br

11/05/2017 - 10h59

Brasil muda pra melhor, uma rede de tv não reina mais exclusiva

O depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro nessa quarta, 10/05, representa um marco no jornalismo brasileiro. Pela primeira vez a Globo, que é uma concessão pública, movida quase que exclusivamente por interesses privados, não botou a mão antecipadamente na gravação do depoimento antes que todos os outros suportes de mídia tivessem acesso e assim fizesse uma edição conforme seus próprios interesses. 

 

Com isso, as versões sobre o depoimento do ex-presidente são plurais. Dessa vez essa rede de televisão não teve o privilégio de contar com exclusividade o que aconteceu, tal como fez inúmeras vezes ao longo dos últimos trinta anos, inclusive quando da liberação pelo juiz Moro, dos grampos ilegais feitos de uma conversa entre a então presidente Dilma e o ex-presidente Lula e que foram usadas para impedir a posse de Lula na Casa Civil 

 

O avanço da cidadania brasileira aliada da  internet é precisoso, pois vem trazendo de forma acelerada a libertação da audiência do jornalismo manipulado, onde os cidadãos brasileiros ficavam sabendo sobre a maioria dos principais acontecimentos através da narrativa de uma única rede de televisção. 

 

Agora, os cidadãos são livres para acessar os mais diferentes pontos de vistas sobre um acontecimento. As narrativas estão mais plurais, diversificadas e com isso, pode-se formar uma opinião mais rica e saudável a cerca dos fatos. 

 

Essa rede de televisão - que é importante repetir - é uma concessão pública, cada vez mais será minúscula e sem importância caso insista num tipo de jornalismo que prioriza apenas seus pontos de vistas, seus próprios interesses, sua decadente auto referência, a opinião de seus aliados e; por outro lado, marginaliza, reforça sentidos negativos e torpes de quem pensa diferente de seus interesses, não reza sem sua cartilha.

 

Os brasileiros cada vez mais estão tendo mais opções e escolhendo como se informar. As televisões abertas estão em declínio de audiência, exatamente porque os cidadãos cada vez tem curiosidade pelo contraditório, quer emitir sua opinião, fazer a sua programação e não consumir conteúdos impostos, exatamente porque vem sendo despertada de seus direitos e deveres de cidadania na área de comunicação. 

 

O avanço da internet e das redes sociais fará com que a televisões abertas passem pela mesma situação enfrentada pelos jornais impressos, quando do aparecimento do rádio nas primeiras décadas do século XX. E mais na frente do próprio rádio, que passou a sofrer baixas em sua audiência a partir do momento em que a televisão passou a ser implantada nos anos de 1950. A televisão agora, no início do século XXI já enfrenta dificuldades e vem sendo rebaixada cada vez mais pela internet, as redes sociais. Não é que ela desapareça, tal como aconteceu com os jornais impressos e o rádio, contudo, a fatia de audiência que absorverá conteúdos impostos pela televisão aberta será cada mais inespressiva. 

 

No Brasil, a internet vem promovendo um revolução e derrubando o discurso midiático único e concentrado da mídia oligopolizada. Isto, tal como já afirmou o escritor Fernando Morais, "sem disparar um único tiro". Talvez quando um presidente brasileiro tiver a coragem de fazer a regulamentação das concessões públicas de rádio e televisão, o impacto não seja tão grande, exatamente porque os conglomerados midiáticos televisivos já estejam em estágio avançado de decadência.  

 

Acesse Piauí

Comentários