Há cerca de 10 anos, fui almoçar com Adolfo Nunes na Churrascaria Porcão, em Brasília. Ambos deputados estaduais, tínhamos ido ao Distrito Federal participar de uma convenção partidária. Acidentalmente, topamos com o ex-presidente Collor. Que logo- pra surpresa nossa- passamos a conversar. O ex-presidente queixa-se da solidão do poder. Dizia-se abandonado- sem amigos- e até mesmo os seus ex-ministros dobravam "esquina" quando o avistavam. Juscelino - em suas memórias- queixava-se desse abandono. Seus "amigos", senadores, deputados, ex-auxiliares, muitos, abriam alas para ele passar. Não como reverência mas, por indiferença. Já não precisavam mais dele. Não tinha mais o poder em suas mãos. Dirigia um hospital dessa Capital, e certo dia deparei-me com um ex-governador do nosso Estado, num corredor praticamente só, sobre uma maca parada- à espera pra realizar exames. E ninguém sabia de "quem se tratava".
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Flávio Nogueira é médico e presidente estadual do PDT-PI.
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