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21/12/2017 - 09h51

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21/12/2017 - 09h51

Tudo a ver o abraço de cúmplices de Temer e o grupo Globo

O que une os Marinhos e Temer é o financiamento do grande capital privado e do Estado Brasileiro.

 

O jornal Folha de São Paulo noticiou nessa quinta-feira, 21/12, que Temer e os Marinhos se encontraram para acertar os ponteiros e darem aquele abraço de cumplices e afogados.

O interesse de Temer no encontro está em arrebanhar ainda mais o apoio da mídia conservadora na Reforma da Previdência. Já a Globo aumentar seu faturamento em tempos de crise de audiência e fuga de anunciantes para a mídia na internet, sobretudo o Facebook, YouTube, etc. 

O que une os Marinhos e Temer é o financiamento do grande Capital Privado e do Estado Brasileiro. É que eles contam com patrocínio e apoio de grandes grupos financeiros, petrolíferas e distribuidoras, montadoras, operadoras de celular, planos de saúde privados e uma dezena de grandes empresas nacionais e, é claro, dos recursos públicos do governo federal e dos estaduais. 

Temer, que é vaidoso e já "viabilizou" a reforma trabalhista e a terceirização, sabe que se concluir "a ponte para o futuro" aprovando a reforma da previdência, poderá ter o passaporte, ou seja, o apoio decidido do grande capital privado em sua campanha eleitoral em 2018.

O problema para o ainda presidente é que terá que percorrer um caminho cheio de obstáculos junto a opinião pública, afinal pesa contra ele a conversa gravada dele pedindo ao dono da JBS para continuar dando dinheiro para Eduardo Cunha e também as malas de dinheiro carregadas pelo seu principal assessor, Rocha Loures, que foi filmada pela PF com anuência do Ministério Público Federal. 

Quanto a emissora dos Marinhos e outras, o problema está na queda de audiência e na fuga de anunciantes. Afinal, tal como já aconteceu com os jornais impressos, revistas e fotonovelas. Tal como já aconteceu com o radiojornalismo e as novelas radiofônicas. O atual jornalismo da tv aberta e fechada e as novelas aceleram suas crises de audiências. Não vão desaparecer, contudo cada vez mais terão alcance limitado, pequena audiência e consequentemente menos anunciantes. 

Milhões de telespectadores da tv aberta já acenam com o "adeus rosa" nas salas de espera das clínicas médicas e de espaços públicos, nos restaurantes e domicílios. A medida que o tempo passa, quem sabe nem precise mais uma revolução para regulamentar as concessões públicas de rádio e televisão. É que o entretenimento e o jornalismo via internet ganham cada vez mais terreno, simpatias e vão multiplicando acessos e influências!

Mesmo a mídia tradicional no Brasil convergindo para internet para sobreviver, ela nunca mais terá o mesmo peso que já tivera no passado. É que na internet as opções são infinitas, plurais e diversificadas para o público e, se multiplicam também, graças ao fenômeno da cauda longa, da interação e, sobretudo, porque na internet a cognição é mais estimulada e como o ser humano é um bicho curioso, este quando se depara com uma tela que pulsa, tem milhões de opções, ele é tentado e desafiado a adentrar, navegar, satisfazer sua curiosidade, a interagir, a descarregar suas ansiedades, narcisismo, desejos, partilhas, etc.

Portanto, o agora abraço de cumplices entre Temer e Globo é uma tentativa de salvação mútua, cujo efeito poderá ser ainda de uma bomba de festa junina, afinal tem quase metade dos brasileiros que ainda veem televisão e aqueles que elegem candidatos compradores de votos. O drama está com os formadores de opinião pública, que não é mais tão fácil lubridiá-los, isso porque a internet vem servindo para resgatar memórias, problematizar e lembrar como essa emissora e Temer se comportaram ou se comportam quando grandes questões de interesses da nação estão em jogo. 

Reprodução

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