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Editorial

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08/02/2018 - 11h23

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08/02/2018 - 11h23

Temer e sua turma não têm moral para fazerem a Reforma da Previdência

Caso o governo aprove a proposta, temos que ferrar nas urnas todos os parlamentares que votaram a favor e depois cobrar nas ruas um referendum.

 

A expectativa de vida dos brasileiros vem crescendo. Está hoje em torno de 75 anos. Contudo, o governo Temer por não ter legitimidade, está com a popularidade na lona e, o próprio presidente e grande parte de sua turma estão denunciados por corrupção; portanto não tem moral alguma para fazerem a reforma da previdência. 

A chamada "ponte para o futuro" que Temer pregou antes de golpear a então presidente Dilma, tem a finalidade de entregar agora o filé mignon da previdência, ou seja, as contribuições dos trabalhadores melhor remunerados, via previdência complementar, para grandes corporações privadas e assim enfraquecer a previdência social pública.  

O pior disso é que Temer tem a cara de pau de se omitir e não cobrar a dívida de grandes grupos privados que descontam do trabalhador e não repassam para a previdência social. A sonegação é absurda, alcança mais de R$ 450 bilhões, conforme relatório da CPI do Senado Federal.

Só com o pleno retorno da democracia, um governo legitimamente popular poderá dialogar com a sociedade, mostrar transparência da arrecadação e gastos de previdência social. Para isso, será imperativo ouvir e debater com o povo e entidades organizadas,  fazer um plebiscito ou referendum para legitimar ou não as principais decisões a serem efetivadas. 

Temer vem impondo a mesma agenda traçada pelo então deputado cassado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que foi eleito e elegeu uma bancada de 120 deputados federais da atual legislatura. É claro que isso foi pensado, arquitetado com o apoio de grandes corporações privadas. 

Basta lembrar, a picaretagem que Cunha fazia quando estava a frente da presidência da Câmara dos Deputados. Ele por diversas vezes passou por cima do regimento daquela casa, impôs uma agenda política em consonância com o mercado. Insistiu para impor goela abaixo a terceirização, a reforma trabalhista e, mais na frente seria a vez da reforma da previdência. 

Cunha em conluio com Temer conseguiu dar um golpe parlamentar contra a democracia brasileira e na presidente Dilma. Logo em seguida, Temer assume a presidência e Cunha é cassado e preso por corrupção. Temer, mesmo denunciado duas vezes por corrupção, impõe a mesma agenda de Cunha, ou seja, aprova no Congresso com apoio dos ruralistas, da bancada da bala e cia - após comprá-los com emendas e leis favoráveis - a terceirização e a reforma trabalhista.  

Temer agora continua insistindo na reforma da previdência. A todo custo quer satisfazer apetites gananciosos do mercado e, com isso, atrair investimentos privados para "melhorar a economia" e por tabela, angariar o apoio financeiro de grandes corporações privadas para sua campanha eleitoral e ou de seus aliados. 

A proposta de reforma da previdência de Temer com o apoio do PMDB, DEM, PSDB, PSD e cia além de entregar o filé mignon para grandes seguradoras privadas, ferra os trabalhadores. No caso os homens só poderão se aposentar com 65 anos e as mulheres com 62. Já os trabalhadores rurais terão que contribuir mensalmente durante 15 anos para poder ter direito de se aposentar. Corta também o direito de pensionistas ficarem com duas pensões, ou seja, terá que escolher apenas uma quando um dos membros do casal falecer. 

A aposentadoria integral deverá ficar restrita a um grupo muito pequeno da elite, que tem uma expectativa de vida maior, sem falar que poderá pagar aposentadoria complementar. Pessoas da terceira idade e sem renda e que não contribuiram e hoje têm direito a um salário mímino aos 65 anos (via Loas), só poderão ter esse mesmo direito com 70 anos. 

Em resumo; Temer é perverso, quer ferrar os mais pobres, botar os bem remunerados para pagarem  previdência complementar para as grandes corporações financeiras privadas para assim enfraquecer e acabar com previdência pública. 

Todo cuidado é pouco, estejamos atentos! Toda pressão até o dia da votação pelo Congresso é pouca! Movimentos sociais, formadores de opinião pública e o povo fiquemos de olhos bem arregalados e, caso o atual governo aprove a reforma da previdência, primeiro temos que ferrar nas urnas todos os parlamentares que votaram a favor, para depois exigir do presidente eleito neste ano através do voto popular que faça um referendum para que o povo decida se aceita ou não essa reforma imposta pelos corruptos e entreguistas.  

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