No período da pré-campanha, quando a eleição ainda era um tema distante da prioridade do público, o PT estipulou uma meta modesta para 2012. Reconquistar cidades com mais de 150 mil eleitores que foram perdidas em 2008, aumentar o número global de vereadores e pelo menos repetir o desempenho de 2008, quando 569 petistas tornaram-se prefeitos. Faltando pouco menos de um mês para o pleito, as pesquisas de opinião indicam que dificilmente esse objetivo será alcançado.
O Brasil Econômico teve acesso a um dossiê elaborado pelo secretário de organização do partido, Paulo Frateschi, e entregue ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com um minucioso raio X da situação dos petistas nos muncicipíos com mais de 150 mil eleitores e o histórico da legenda no local. Essa base está sendo atualizada semamlente por Frateschi depois da divulgação de cada nova fornada de pesquisas.O cenário é bastante ruim. Depois que Geraldo Julio (PSB), candidato do governador de Pernambuco, Eduardo Campos , ultrapassou o senador petista Humberto Costa em Recife, o partido de Lula e Dilma tornou-se definitvamente coadjuvante nas capitais.
Hoje, o PT só lidera em Goiânia, onde Paulo Garcia aparece com 33,1%. O segundo colocado, Jovair Arantes (PTB), está bem atrás, com 8,9%, segundo pesquisa divulgada no último dia 3 pelo Instituto Serpes.
Em São Paulo, capital que mais recebeu investimentos do partido, a situação de Fernando Haddad é considerada delicada. A expectativa dos caciques petistas era que ele tivesse nessa altura pelo menos os 25% de intenções de votos que a legenda sempre alcança desde 1988, quando Luiza Erundina foi eleita. Mas o ex-ministro está com 16% e crescendo lentamente.
Em dois redutos estratégicos para o PT no estado o caso está perdido. Em São Caetano, cidade com 553.545 eleitores, o candidato Edgar Nóbrega saiu da disputa após a divulgação de um vídeo nas redes sociais em que supostamente negocia apoio ou oposição branda à administração do prefeito José Auricchio Júnior (PTB). E na populosa Osasco (543.153 eleitores), a derrota do substituto de João Paulo Cunha, que foi condenado no julgamento do mensalão, é dada como certa.
Segundo um interlocutor petista ouvido pelo Brasil Econômico , o partido não fixou metas numéricas em 2012 para não criar expectativas. Nas 118 cidades com mais de 150 mil eleitores que o PT considera estratégicas, o partido tem candidatos próprios em 83.
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