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27/09/2012 - 08h18

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27/09/2012 - 08h18

Professores grevistas da UESPI têm salários descontados

Docentes estão em greve há 44 dias e reivindicam melhorias salariais e estruturais.

 O Dia

 

Mais um capítulo da greve da Universidade Estadual do Piauí (Uespi). Ao verificar os contracheques on-line do mês de setembro, professores da instituição tiveram uma surpresa nada boa: corte no ponto e, conseqüentemente, desconto em seus salários.

Segundo a Associação dos Docentes da Uespi (Adcesp), vários professores relatam a corte que reduziu os salários em até 80%. "A situação é de desespero, até porque muitos professores são Dedicação Exclusiva e não têm outra fonte de renda a não ser o salário da universidade", afirma a professora Lucineide Barros, do sindicato.

A professora Antônia Alves, por exemplo, relata um desconto de 70% em seu contracheque. "Tomei um susto quando abri [o contracheque on-line] e vi o valor descontado. O pior é que, como sou coordenadora de curso, passei o mês inteiro trabalhando. Estava de manhã e de tarde na universidade, em reuniões de colegiado e resolvendo outros problemas do curso", relata a docente, coordenadora da graduação de Pedagogia.

O Governo do Estado cortou o ponto dos docentes em decorrência de uma decisão do Tribunal de Justiça do Piauí que decretou a ilegalidade do movimento grevista e o retorno imediato dos decentes às salas de aula. O sindicato, segundo a professora Lucineide, só foi notificado da decisão, publicada no dia 29 de agosto, há dez dias. "Mas os descontos são de bem antes da notificação", pontua a docente.

Ainda segundo a diretora, a categoria aguarda o julgamento de um agravo de instrumento contra a decisão do desembargador José James. "Exigimos que a decisão seja revista, principalmente em relação a ilegalidade da greve e ao corte dos pontos. Essas questões têm que ser analisadas separadamente", ressalta Lucineide.

O secretário de administração do Estado, Paulo Ivan, confirma o corte no ponto dos professores, mas ressalta que isso não vai contra a Lei, já que a própria Justiça decretou a ilegalidade do movimento. "Só estão arcando com a própria intransigência", dispara o gestor.

Paulo Ivan ressalta que os casos de corte no ponto de professores que estão trabalhando, serão analisados e poderão ter os valores ressarcidos. "Claro que se eles [grevistas] fizerem um acordo e repuserem os dias parados é claro que terão a reposição [dos salários]", afirma.

Na manhã desta quinta-feira, dia 27, a categoria se reúne com o promotor de justiça Fernando Santos, com o objetivo de solucionar o impasse entre professores e Governo. Ainda pela manhã, professores fazem um "panelaço" em frente à reitoria da Uespi como forma de protesto contra os pontos cortados.

Os professores estão em greve há 44 dias e reivindicam melhorias estruturais e salariais. O segundo período letivo da instituição sequer começou. Em todo o Estado, são mais de 25 mil estudantes sem aulas. Até agora, o governo não propôs nenhum rodada de negociação com os servidores.

O Dia

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