Preocupado com a possibilidade do desaparecimento rio denominado Riozinho, que nasce no município de Santa Filomena, Sul do Piauí, o comerciante Gervásio Rodrigues, com o apoio de vários segmentos da sociedade local, iníciou uma campanha para proteger o rio, reivindicando do Ministério do Meio Ambiente, a ampliação da Estação Ecológica Uruçui-Una, que faz limite com a região, para que as três principais nascentes do rio, próxima a reserva, sejam protegidas já que sofrem agressões constantes.

De acordo com Gervásio, o desmatamento ao longo dos anos na área é a principal causa do problema, principalmente no entorno das nascentes Lagoa Feia, Bacaba e Cabeceira do Angelim. “O asseoramento na Lagoa Feia, que alimenta o rio, é algo absurdo. O que vem acontecendo é a derrubada da mata das encostas do vale ao longo dos tempos, o material arenos foi sendo levado para o canal da nascente e bloqueio a vasão da lagoa”, explicou o comerciante.

Ainda na região, na localidade Bacaba, onde existe outra nascente, o problema é a estrada por onde passam diariamente várias carretas pesadas transportando calcário extraído por grandes empresas que atuam no município. “A movimentação dos caminhões dão uma grande contribuição para o acúmulo de área no leito da lagoa, já que o terreno é bastante arenosa na área”, atribui.

A outra nascente que agoniza chama-se Cabeçeira do Angelim que, assim como as demais, sofre com a destruição da mata aciliar no seu entorno. “Essa nascente está no rota das grandes fazendas de soja e, assim como as outras, ficou sem as encostas protegidas”, afirma Gervásio.

A mobilização para proteger as três nascentes está ganhando força para, segundo Gervásio, evitar que a região se transforme em um grande deserto já que os desmatamentos criminosos fez secar um outro lago próxima ao povoado Sete Lagoas, assim como alguns minadores. “Havia jorro d´ água e muitas outras lagoas na região, todas morreram e não podemos deixar que as três últimas nascentes e o Riozinho morra”, apela o comerciante, informando ainda que já fez apelo ao IBAMA e ao Ministério Público Federal para que possam impedir o desmatamento na região. “Estamos aguardando as ações dos dois órgãos”.