A área irrigável dos perímetros mantidos no Piauí pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas(Dnocs) vai dobrar de tamanho a partir de investimentos de empresas privadas nos Platôs de Guadalupe. Os investimentos serão feitos na modalidade Concessão de Direito Real de Uso que pela primeira vez é aplicada em um projeto de irrigação no Brasil.

O Dnocs já convocou para a próxima segunda-feira (9), às 9 horas, em sua sede de Teresina, uma audiência pública para coletar informações e opiniões sobre o empreendimento, que exige um investimento mínimo de R$ 192 milhões da empresa vencedora da concorrência pública.

Em seus oito perímetros no estado, o Dnocs possui 9,917 mil hectares, mas só a ampliação do perímetro Platôs de Guadalupe vai acrescentar mais 10,238 mil hectares à área irrigável.

De acordo com o edital de leilão, o vencedor terá de se comprometer com o cronograma de investimento para conclusão da infraestrutura da área de expansão do perímetro, ganhando o direito de explorar o projeto durante 35 anos.

A concorrência nacional do tipo melhor oferta visa viabilizar a completa conclusão e implantação de oito setores agrícolas no perímetro irrigado Platôs de Guadalupe, que totalizam 10.238,18 irrigáveis. Oito lotes ficam na área norte e quatro na área sul do projeto. A empresa vencedora vai assumir o controle de uma área total de 17,248 mil hectares, dos quais 835,49 não são irrigáveis; 6,174 mil hectares pertencem à área de reserva legal que tem de ser preservada.

O perímetro irrigado Platôs de Guadalupe possui 3,196 mil hectares implantados na primeira etapa. Em 2012, o projeto produziu uma receita de R$ 11.336 milhões em fruticultura irrigada, além de R$ 382 mil com outras culturas irrigadas. Em 2011, o faturamento foi de R$ 6,8 milhões. O projeto funciona desde 1993 e tem como fonte de abastecimento de água a barragem Boa Esperança, em Guadalupe.