Cerca de 300 famílias do assentamento Novo Zabelê, em São Raimundo Nonato, no Piauí, reclamam da falta de água na comunidade. Os moradores afirmam que a Agespisa prometeu resolver o problema até o final de setembro e ao que tudo indica isto não vai acontecer. 

Maira Alves, 39 anos, revela que os moradores vão ocupar o prédio da Agespisa, em São Raimundo Nonato, para cobrar uma solução da empresa, cujo problema de desabastecimento de tem sete meses.  

Novo Zabelê foi criado em 1997 pelo Incra, por moradores que residiam em um antigo povoado que ficava nas terras do Parque Nacional da Serra da Capivara. Na comunidade vivem hoje cerca de 300 famílias — a maioria delas, diz Maira Alves, com idosos. Em todas as casas construídas há uma cisterna de 8 mil litros, em sua maioria vazias.

A Agespisa diz que problema é técnico, vez que a bomba de um dos poços que abastece a comunidade quebrou. Em março, a bomba de captação de um deles despencou a uma profundidade de 800 metros, arrastando tubos de ferro e canos de energia elétrica. "Não foi possível pescar o material", informa a assessoria de imprensa da empresa. 

A nota da empresa conta que reparo do poço vai custar mais de R$ 600 mil. "A licitação foi feita, e quatro fornecedores diferentes foram habilitados. Eles estão entregando o material na medida do que dispõem em estoque. Trata-se de um material específico, já que os poços da Serra Branca, além de profundos, possuem alto teor de ferro", explica, sem definir prazos para conclusão. Essa é a razão da demora na entrega."

O desabastecimento atinge até mesmo o posto de saúde da comunidade. Com uma única caixa d'água para ser usada durante cinco dias, o atendimento aos pacientes vem sendo racionado.