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Terça-feira, 30 de abril de 2024
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Deusval Lacerda

deusvallacerda@bol.com.br

20/11/2017 - 09h51

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Deusval Lacerda

deusvallacerda@bol.com.br

20/11/2017 - 09h51

Destroço do governo no Brasil

Nos tempos atuais, ou seja, da era digital da informação, ninguém é ingênuo ao ponto de não saber que o governo do golpe parlamentar-constitucional-judicial do País está minando as esperanças na política, nos políticos e na seriedade em governo no poder central do Brasil.

 

As causas são as mais variadas possíveis. Tem de tudo. Negação de bons propósitos, ausência de patriotismo, incapacidade para a boa política, incompetência na gestão, inadaptação ao sistema democrático, decisão de afogadilho, falta de planejamento, politicagem exacerbada, descrédito popular, despreparo para as funções, medidas contraditórias, inapetência para governar, dependência parlamentar, acusação de corrupção e outros delitos da administração pública. Além do massacre do povo brasileiro quanto à usurpação de direitos constitucionais conquistados, da cidadania e do bem-estar social.

 

Nesse estado de coisas, o presidente golpista Michel Temer fala em fazer reforma ministerial, como se fosse introduzir mudança para obtenção de melhores resultados governamentais; nova organização de governabilidade; outra forma de governar; renovação na mentalidade governativa; enfim, buscar melhoramento no âmbito moral e social nas diretrizes e ações da governação do Pais.

 

A troca do apoio no Congresso Nacional por cargos no governo chega ao desplante que Temer está colocando à disposição dos partidos oficiais 17 ministérios. Não há outro interesse nesse oferecimento ministerial que não seja para readequar a base aliada do governo no Congresso à custa dos cargos do Poder Executivo.

 

A articulista Dora Kramer diz que na reforma ministerial não existe perspectiva de reformulação de fato, por várias razões. Há o problema de alguns que não têm mandato com a perda do foro especial de Justiça, há a incerteza dos que podem até lá estar inelegíveis por prisão ou condenação e há a resistência de todos eles em abrir mão de gordas verbas do Orçamento da União.

 

Dora Kramer ainda acrescenta a esse valor astronômico das verbas destinadas às pastas da agricultura, saúde, educação, ciência e tecnologia, trabalho, esporte, meio ambiente, todos os cargos de primeiro escalão ocupados de acordo com o critério do loteamento partidário, supostamente garantidor da governabilidade. O foco dos partícipes é o manejamento do dinheiro e do poder disponível para os que disputam votos.

 

Depreende-se daí que os governistas já têm consciência do infortúnio eleitoral que aguarda os presidenciáveis das siglas apoiadoras do governo golpista nas eleições de 2018. Entretanto, como prática corriqueira da barganha no Brasil, interessa-lhes tirar o máximo proveito da situação, mesmo no caos instalado no governo, até o último ato do arremedo de poder.

 

Ademais, percebe-se também que a austeridade fiscal é de araque, pois para os partidários do golpismo ela nunca existiu, como agora ficou escancarada, uma vez que eles podem fazer e acontecer com os recursos públicos. E fica demonstrado ainda que a tal austeridade, que aplicou a PEC dos Gastos por vinte anos e a reforma trabalhista, era só para castigar a classe trabalhadora brasileira em nome do mercado, já que os congressistas golpistas podem tudo. A elite e a direita nacional sempre exerceram e exercem o poder no interesse próprio. O negócio delas é sugar até a última seiva do que o poder pode oferecer.

 

Deusval Lacerda de Moraes é Economista 

 

Deusval Lacerda

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