Um amigo uma vez me disse que existem pessoas que caminham algumas léguas de vida por nós e depois nos entregam uma estrada iluminada e pronta para que coloquemos nossas próprias pedras pra rolar.
E no que diz respeito ao ofício de fazer cinema, o diretor e fotógrafo Carlos Ebert é uma destas. Não apenas pelo profundo conhecimento técnico que possui, mas pelo cidadão do universo que é. E isto conseguido através de seu papel de demiurgo, que testou seus saberes trazidos do olimpo fotoquímico, em um mundo de democracia digital sem precedentes.
Carioca de 1946, estudou cinema e arquitetura e começou sua carreira no fim dos anos 60, contribuindo para a formação de uma nova ideia de fazer cinema denominada Cinema Marginal. Entre os filmes dessa fase, estão O bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla, onde atuou como diretor de fotografia ao lado de Peter Overbeck e República da Traição do próprio Ebert.
Particularmente, considero este diretor como o melhor de dois mundos, pois surgido no meio de processos analógicos de captação de imagens, anteviu no fim dos anos 80 O mundo digital e O adequou a Si, ganhando em Gramado o primeiro prêmio de cinema feito neste tipo de suporte. E hoje com 47 anos de profissão e em plena atividade dentro dos sets, tem dirigido longas, docs, e clipes premiados de músicos de novíssima geração como Pitty, tendo inclusive o DVD da banda Natiruts, no qual dirigiu a fotografia, recebido disco de platina em 2015.
Além disso, é professor de cinematografia e assina a direção de filmes publicitários que rodam no Brasil e fora dele, como o comercial para o festival El Ojo del Iberoamérica, que é possível assistir através de sua própria página http://www.kinodigital.com.br/
A página tem um nome que traduz bem sua trajetória de viajante no tempo.
...e como diz o mestre: A realidade se apresenta aos seres humanos ao nível da luz.
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André Leão
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