Não dá para acreditar na versão oficial do encontro de ontem (10) entre o presidente golpista Michel Temer e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármem Lúcia, ocorrido na residência oficial da magistrada, e que trataram de segurança pública e da intervenção militar no Rio de Janeiro, cinco dias após o ministro do STF Luís Roberto Barroso determinar a quebra do sigilo de Temer. 

Essa versão novilinguista não dá para convencer nem as autoridades da área da segurança pública e da caserna diretamente envolvidas, quando se sabe que o atual mandatário se encontra em apuros denuncista e que a presidente da Suprema Corte nada pode fazer para efetiva e operacionalmente dirimir o problema intervertista. 

Sabe-se também que o Brasil padece atualmente do golpe parlamentar-constitucional-judicial e que a ministra-presidente resiste em colocar em pauta no STF o Habeas Corpus impetrado em favor do ex-presidente Lula.

Dito isto, fica cada vez mais patente os males do desmantelamento do Estafo Democrático de Direito, em que muitas vezes não se sabe ao certo o que as autoridades institucionais estão articulando sobre a República e, em corolário, não se entendem ou se aconchavam na busca cega do rumo da Pátria.