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Sabado, 04 de maio de 2024
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Gorete Gonzaga

Gorete Gonzaga

gonzagagmaria@gmail.com

03/04/2018 - 10h50

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Gorete Gonzaga

gonzagagmaria@gmail.com

03/04/2018 - 10h50

O que seu gato diz sobre você nas redes sociais

Uma foto que parece inocente não é tão inocente assim. Ela pode deixar você em uma complicada situação de vulnerabilidade, ao compartilhar informações pessoais sem saber disso.

Adoráveis gatos emprestam sua fotogenia para mostrar, no mundo virtual, onde vivem seus donos e donas, no mundo real

 Adoráveis gatos emprestam sua fotogenia para mostrar, no mundo virtual, onde vivem seus donos e donas, no mundo real

Uma empresa de análise de dados digitais e a maior rede social do mundo envolvidas em um ruidoso escândalo de vazamento de dados de cidadãos. Dentre outros assuntos do momento, só se fala neste tal vazamento.  Informações privadas de 50 milhões de usuários do Facebook podem ter sido recompiladas para influenciar o resultado da eleição que fez de Donald Trump presidente dos EUA.

Mas, o que você tem a ver com isso, você deve está se perguntando agora mesmo, certo?

Quer a resposta?

Pergunte para seu gato!

Não entendeu por que seu gato tem muito a ver com o assunto? Então, vamos lá entender um pouco dessa perigosa mágica da aldeia global conectada.

O escândalo do Facebook e a Cambridge Analytica escancarou, para qualquer um entender de vez, como as empresas podem coletar dados pessoais de páginas na internet, como o Facebook, e usá-los para manipular nossas vidas. Algumas dessas informações são voluntariamente "cedidas", sem clara percepção das consequências, como o próprio Mark Zuckerberg revela, ao chamar seus primeiros usuários de "Malditos idiotas" por publicarem, de livre e espontânea inocência, seus dados (fotos, emails, localização etc). A deselegante conversa do empresário pode ser conferida aqui.

Entretanto, se fosse Zuckerberg o único espertinho da arte de coletar  dados pessoais desavisadamente cedidos na rede, estaria tudo bem mais fácil de se resolver. Com o escândalo da Cambridge Analytica, a maior rede social online do mundo está vivenciando um histórico arranhão de alguns milhões de dólares e de credibilidade - o que, em tempos de economias dissolúveis, pode vir a ser o prenúncio de um fim.

Com já dissemos, o detalhe que preocupa é que outras armadilhas do irresistível mundo virtual estão por toda parte. Vejamos uma delas, especialmente para você que acha muito meigo subir a foto de seu amigo bichano e os etceteras, para que todos vejam o quanto seu animal de estimação é lindo.

Na Flórida  (EUA), um artista e programador  de nome Owen Mundy criou um mapa virtual mostrando a quantidade infinita das tais meigas fotografias de gatos que as pessoas compartilham através da internet. O nome do projeto que coletou infos de nada menos que cerca de 15 milhões de gatos é simplesmente "Eu sei onde seu gato mora" (I know where your cat lives).

Na verdade, o que Mundy revelou foi a incômoda verdade de quanto é fácil saber a localização exata de cada uma das fotos que são publicadas nas redes sociais. Cada uma delas, não importa se retrata o seu gato, o periquito, a flor que você cheirou no jardim ou aquele selfie incrível!
Vamos trocar em miúdos para entendermos o quão estamos à desprotegidos ao usarmos as redes sociais como canais abertos para nossa comunicação.

Eu sei onde seu gato mora!

Ao enviarmos uma simples foto, mesmo que você não apareça nela, essa imagem leva consigo metadados criptografados fornecidos pelo equipamento usado para fotografar com informações que contêm, por exemplo, as coordenadas de latitude e longitude, que permitem decifrar onde a imagem foi tirada e, portanto, a localização de seu dono.  Assim, através de suas fotografias subidas nas redes sociais, é possível mapear dados de geolocalização.

E não recomendamos respirar de alívio caso você não tenha um gato fofo ou um cão extremamente fotogênico. Eles são apenas iscas para atrair usuários incautos e empolgados.

Além disso, o projeto de Mundy também não é o único site que explora os metadados de geolocalização. Páginas de busca como o TwiMap revelam onde você se encontra no momento em que ela publica no Twitter ou Instagra

TwiMap: pessoas subindo fotos no Teresina Shopping, às 21:09 de ontem 

E mesmo que você não suba foto nenhuma, consiga levar sua vida normalmente sem redes sociais, ainda assim, você também está sob vulnerabilidade virtual. Esse potente Iphone aí na sua mão pode dizer muito sobre você.

Mesmo que você não salve seu endereço residencial no Google Maps, seu iPhone pode adivinhar onde você mora. Através de um labirinto de menus em locais frequentes, o smartphone lembra onde você estava e quanto tempo você estava lá.

Por sorte, neste caso, pelo menos você tem alguma alternativa, podendo desativar essa função (de registros dos locais “importantes” frequentados) do seu aparelho e, assim, parar de ser rastreado/a como um rato em uma gaiola de  teste em laboratório.
 

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