Amigos, eu ando experimentando a ditadura da musicalidade. Não sei se isso acontece com vocês, mas hoje, em Teresina, não se consegue mais frequentar algum local que não esteja carregado musicalmente, das formas mais diversas e sem o menor respeito.
O pior é não encontrar o sossego na própria casa, porque um vizinho, diariamente, joga seus decibéis contra os seus ouvidos. A uma quadra de onde moro tem um posto de lavagem, atrelado a um bar. Nos finais de semana, o som nas alturas começa por volta de 16h e prossegue às vezes até as 10h do dia seguinte.
Durante a semana, sabendo que os proprietários são os primeiros a apertar o botão, os lavadores de carro não conseguem manter o silêncio na região. Os que gostam de música a toda hora e a qualquer altura devem admirar, mas eu não consigo produzir nada, nem ler, nem escrever, nem pesquisar, com um som insistente e de gosto duvidoso, atazanando meus ouvidos, dia a dia, noite a noite, sem dó nem piedade.
Certa vez, fui lá e expliquei. A pessoa que me atendeu disse que eu tinha razão e que desligaria o som. Mas só naquela hora, porque em seguida nada havia mudado.
A cada dia que passa, está cada vez mais difícil que as pessoas entendam o significado de viver em sociedade, de respeitar os limites de suas próprias necessidades.
Uma vez, para fugir um pouco dessa loucura musical, fui a um sítio afastado de Teresina. De repente, chegou um carro no sítio vizinho, abriu o bagageiro e soltou as feras musicais. Começo a acreditar que não há fuga possível. É isso.
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Eneas Barros é escritor piauiense - nas redes sociais.
O pior é não encontrar o sossego na própria casa, porque um vizinho, diariamente, joga seus decibéis contra os seus ouvidos. A uma quadra de onde moro tem um posto de lavagem, atrelado a um bar. Nos finais de semana, o som nas alturas começa por volta de 16h e prossegue às vezes até as 10h do dia seguinte.
Durante a semana, sabendo que os proprietários são os primeiros a apertar o botão, os lavadores de carro não conseguem manter o silêncio na região. Os que gostam de música a toda hora e a qualquer altura devem admirar, mas eu não consigo produzir nada, nem ler, nem escrever, nem pesquisar, com um som insistente e de gosto duvidoso, atazanando meus ouvidos, dia a dia, noite a noite, sem dó nem piedade.
Certa vez, fui lá e expliquei. A pessoa que me atendeu disse que eu tinha razão e que desligaria o som. Mas só naquela hora, porque em seguida nada havia mudado.
A cada dia que passa, está cada vez mais difícil que as pessoas entendam o significado de viver em sociedade, de respeitar os limites de suas próprias necessidades.
Uma vez, para fugir um pouco dessa loucura musical, fui a um sítio afastado de Teresina. De repente, chegou um carro no sítio vizinho, abriu o bagageiro e soltou as feras musicais. Começo a acreditar que não há fuga possível. É isso.
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Eneas Barros é escritor piauiense - nas redes sociais.
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