

Nos anos de chumbo da ditadura, o presidente-general Garrastazu Médici cometeu uma inconfidência quanto ao milagre econômico que fazia o Brasil se entusiasmar com a possibilidade de ser elevado à condição de rico. Aquele país, tricampeão mundial de futebol em 1970, era o mesmo em que o povo "ia mal".
No último governo militar, de João Figueiredo, uma faixa corajosa surgiu na rápida visita do Papa João Paulo II a Teresina, em 1980: "Santo Padre, o povo passa fome". O Brasil de economia pujante era o mesmo que ostentava a extrema desigualdade social.
Na volta ao presente, ano de 2015, uma crise econômica impõe à titubeante presidenta reeleita, Dilma Rousseff, a necessidade de decidir cortar despesas para equilibrar o orçamento. A instabilidade política alimentada pela oposição e imprensa, com ávido apoio da classe média cansada do PT, poderá forçá-la a tirar recursos de programas sociais que deram um pouquinho de dignidade a milhões de brasileiros no século XXI.
A economia é mais importante do que o povo.
Mauro Sampaio
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