Muita gente sabe que o artesanato teresinense é de excelente qualidade, tendo peças expostas, inclusive, no Vaticano e na Casa Branca. Mas o que quase ninguém sabe, é que é possível ver todo o processo de produção das peças. Tanto os artesãos que trabalham com arte santeira em madeira, quanto os ceramistas, oferecem a oportunidade de o turista visitar suas oficinas. Nestas, é possível ver como produzem, conhecer os objetos utilizados, peças pré-concebidas e, principalmente, ter um ótimo bate-papo.

Monte Castelo – Arte Santeira

Mestre Kim e Mestre Coxinha trabalham na mesa herdada de Mestre Dezinho.

O Monte Castelo fica bem próximo ao Centro da Cidade, a cerca de 4km. Além de ter um mirante, o bairro também concentra grande número de artesãos em madeira. Em um raio de 2km, o visitante pode conhecer a oficina de quase 10 produtores. Um deles é o Mestre Dim. Aluno do famoso Mestre Dezinho e agora professor de muitos, ele recebe o turista com uma ótima conversa e apresenta sua arte com muito orgulho. Conta que em sua casa já recebeu até o tataraneto do imperador Dom Pedro II.

Alguns dos locais no Monte Castelo em que arte santeira é produzida

Na oficina, peças moldadas e já entalhadas se misturam com madeira que será reaproveitada e móveis em reconstrução. Semanalmente, são produzidas peças variadas e por isso sempre existem obras em diversas partes do processo de desenvolvimento. Além disso, os artesãos oferecem a possibilidade de fazer encomendas, isso por um preço bem mais em conta do que nas lojas.     

Perto do Monte Castelo, estão dois bairros que também tem oficinas de arte santeira em madeira. Na Piçarra, mora o Mestre Expedito, o artesão teresinense de maior renome ainda vivo. O bairro Vermelha é especial porque foi onde Mestre Dezinho desenvolveu maior parte de seu trabalho. Além de poder ouvir diversas histórias do Mestre Kim, o turista deve visitar a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes. Apesar da simplicidade da arquitetura externa, internamente o templo é algo único em todo o mundo. As imagens foram feitas pelo Mestre Dezinho e apresentam características encontradas somente em Teresina.

Altar da Igreja Nossa Senhora de Lourdes tem peças de arte santeira teresinense.

Na Central de Artesanato Mestre Dezinho, que fica no Centro, existe uma banca com alunos do Mestre Dim que, além de demonstrar o processo, podem fazer o direcionamento para as oficinas.

Poty Velho – Cerâmica

O processo de produção da arte em cerâmica envolve uma grande cadeia que começa com a coleta da argila e chega até a pintura das peças. Quem vai ao Polo Cerâmico, pode facilmente conhecer, já que as oficinas ficam por trás das lojas aonde o artesanato é vendido.

Ao turista interessado em conhecer tudo, recomenda-se entrar em contato com os guias turísticos locais. Geralmente, eles fazem contato com a presidente da Cooperativa de Artesanato do Poty Velho, Raimunda Teixeira.

Ribamar Pereira carrega as bolas de argila que já passaram pelo cilindro

Dona Raimundinha recebe com seu grande carisma e anda de loja em loja apresentando tudo com largo conhecimento e com autoridade conquistada através de trabalho e sorriso. É possível ver a argila retirada da natureza e transformada em bolas que padronizam sua venda.

O material é comprado pelos artesãos em carradas de 20 bolas. Antes da venda, retira-se as impurezas no cilindro. Depois da venda, passa-se em fornos para que ganhe a cor e a maleabilidade. Em seguida, começa o trabalho dos artistas. A argila é moldada nas diversas peças que são vendidas nas lojas e em seguida pintadas. Na modelagem e na pintura surgem os traços individuais de cada artesão. São formas, cores e esculturas fornecidas pelo senso artístico de cada um dos que lá produzem.

   Sebastião Amorim modela e Joaneice Oliveira finaliza a pintura.