Engenheiros, geólogos, ex-diretores da Petrobras e professores universitários representados no Clube de Engenharia, na Associação dos Engenheiros da estatal e no Instituto de Energia e Ambiente da USP intensificaram esforços para esclarecer a população e barrar na Justiça o leilão marcado para esta quarta-feira 6 das áreas mais ricas do pré-sal, os campos gigantes e supergigantes do chamado excedente da cessão onerosa.
Caso a venda se realize, provocará prejuízo de até 1,2 trilhão de dólares e um rastro de destruição na economia, calcula o Instituto de Energia e Ambiente da USP, em nota técnica assinada pelos ex-diretores da Petrobras Ildo Sauer e Guilherme Estrella.
A desistência das gigantes estrangeiras BP e Total, notícias sobre efeitos negativos do desaparelhamento da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) para o gerenciamento dos contratos complexos originados a partir da licitação e questionamentos de participantes sobre o modelo geraram dúvidas no próprio governo sobre o êxito da operação.
“Precisamos entender o que acontece no Brasil e em especial, o Brasil precisa se informar sobre a gravidade do crime contra o povo brasileiro que se comete com o desmonte da Petrobras e a entrega do nosso petróleo para as empresas estrangeiras”, chama atenção o Clube de Engenharia em editorial do jornal da entidade.
“O que não é dito para a população é que, caso esse leilão se concretize, o País estará dando mais um passo para jogar no lixo da história a sua posição de detentor da maior jazida petrolífera do planeta, conquistada com a descoberta, em 2008, do pré-sal.”
Posicionado entre os maiores produtores de petróleo do mundo, diz a entidade, o País comemorou naquela ocasião a “perspectiva de um acelerado crescimento econômico, soberano, com justiça social e garantia de vida digna para a população brasileira.”
A Petrobras planejou extrair da exploração pré-sal o máximo benefício para a sociedade brasileira mas, para isso, precisava fortalecer-se e capitalizar-se para investir pesadamente na sua extração, refino e distribuição. A forma engenhosa encontrada para arrebanhar o maior montante possível de recursos foi aumentar o capital integralizando a parte da empresa com a cessão de blocos do próprio pré-sal, pois se entrasse com sua parte em dinheiro, reduziria o montante para investir, detalha o Clube de Engenharia:
“Para maximizar os benefícios, para o Brasil e para os brasileiros, obtidos com a exploração do pré-sal, foi aprovado no final de 2010 o Regime de Partilha (Lei nº 12.351 de 22/12/2010) para a produção nessas reservas. Visando fortalecer a Petrobras para liderar a exploração do pré-sal, a União, sua maior acionista, promoveu o aumento de seu capital social. Isso ocorreu subscrevendo a parcela que lhe cabia com a cessão de blocos do pré-sal com reservas estimadas em 5 bilhões de barris equivalentes de Petróleo. Essa operação, denominada cessão onerosa, propiciou à Petrobras aumentar seu capital social também com um aporte significativo dos acionistas minoritários, resultando na maior oferta que se conhece, cerca de 70 bilhões de dólares ao câmbio da época.”
A boa surpresa foi que o investimento da Petrobras em exploração durante décadas, ao contrário das multinacionais detentoras de concessões, que não fizeram desembolsos para não correr riscos, premiou a empresa brasileira com a descoberta do triplo do que havia sido projetado e em vez de 5 bilhões de barris de petróleo, constatou-se um total de 15 bilhões e é o excedente daquela estimativa que, em vez de ser incorporado ao patrimônio da companhia, o governo, seu acionista majoritário, resolveu oferecer para as concorrentes estrangeiras, como detalha o Clube de Engenharia:
“As pesquisas realizadas nestes blocos resultaram em uma reserva comprovada cerca de três vezes maior. Ao invés de tomar as providências societárias para manter esse excedente no patrimônio da Petrobras, o governo atual resolveu vender esse excedente em um leilão do pré-sal. Além disso, foram feitas durante o governo Temer mudanças na legislação que retiram da Petrobras, dentre outros direitos, o de atuar como operadora única na exploração do pré-sal. Com o megaleilão previsto para vender o excedente da cessão onerosa, o governo estima arrecadar cerca de 106,6 bilhões de reais. Consuma-se portanto uma perda extraordinária para o Brasil e os brasileiros”, dispara a entidade.
Carta Capital
Caso a venda se realize, provocará prejuízo de até 1,2 trilhão de dólares e um rastro de destruição na economia, calcula o Instituto de Energia e Ambiente da USP, em nota técnica assinada pelos ex-diretores da Petrobras Ildo Sauer e Guilherme Estrella.
A desistência das gigantes estrangeiras BP e Total, notícias sobre efeitos negativos do desaparelhamento da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) para o gerenciamento dos contratos complexos originados a partir da licitação e questionamentos de participantes sobre o modelo geraram dúvidas no próprio governo sobre o êxito da operação.
“Precisamos entender o que acontece no Brasil e em especial, o Brasil precisa se informar sobre a gravidade do crime contra o povo brasileiro que se comete com o desmonte da Petrobras e a entrega do nosso petróleo para as empresas estrangeiras”, chama atenção o Clube de Engenharia em editorial do jornal da entidade.
“O que não é dito para a população é que, caso esse leilão se concretize, o País estará dando mais um passo para jogar no lixo da história a sua posição de detentor da maior jazida petrolífera do planeta, conquistada com a descoberta, em 2008, do pré-sal.”
Posicionado entre os maiores produtores de petróleo do mundo, diz a entidade, o País comemorou naquela ocasião a “perspectiva de um acelerado crescimento econômico, soberano, com justiça social e garantia de vida digna para a população brasileira.”
A Petrobras planejou extrair da exploração pré-sal o máximo benefício para a sociedade brasileira mas, para isso, precisava fortalecer-se e capitalizar-se para investir pesadamente na sua extração, refino e distribuição. A forma engenhosa encontrada para arrebanhar o maior montante possível de recursos foi aumentar o capital integralizando a parte da empresa com a cessão de blocos do próprio pré-sal, pois se entrasse com sua parte em dinheiro, reduziria o montante para investir, detalha o Clube de Engenharia:
“Para maximizar os benefícios, para o Brasil e para os brasileiros, obtidos com a exploração do pré-sal, foi aprovado no final de 2010 o Regime de Partilha (Lei nº 12.351 de 22/12/2010) para a produção nessas reservas. Visando fortalecer a Petrobras para liderar a exploração do pré-sal, a União, sua maior acionista, promoveu o aumento de seu capital social. Isso ocorreu subscrevendo a parcela que lhe cabia com a cessão de blocos do pré-sal com reservas estimadas em 5 bilhões de barris equivalentes de Petróleo. Essa operação, denominada cessão onerosa, propiciou à Petrobras aumentar seu capital social também com um aporte significativo dos acionistas minoritários, resultando na maior oferta que se conhece, cerca de 70 bilhões de dólares ao câmbio da época.”
A boa surpresa foi que o investimento da Petrobras em exploração durante décadas, ao contrário das multinacionais detentoras de concessões, que não fizeram desembolsos para não correr riscos, premiou a empresa brasileira com a descoberta do triplo do que havia sido projetado e em vez de 5 bilhões de barris de petróleo, constatou-se um total de 15 bilhões e é o excedente daquela estimativa que, em vez de ser incorporado ao patrimônio da companhia, o governo, seu acionista majoritário, resolveu oferecer para as concorrentes estrangeiras, como detalha o Clube de Engenharia:
“As pesquisas realizadas nestes blocos resultaram em uma reserva comprovada cerca de três vezes maior. Ao invés de tomar as providências societárias para manter esse excedente no patrimônio da Petrobras, o governo atual resolveu vender esse excedente em um leilão do pré-sal. Além disso, foram feitas durante o governo Temer mudanças na legislação que retiram da Petrobras, dentre outros direitos, o de atuar como operadora única na exploração do pré-sal. Com o megaleilão previsto para vender o excedente da cessão onerosa, o governo estima arrecadar cerca de 106,6 bilhões de reais. Consuma-se portanto uma perda extraordinária para o Brasil e os brasileiros”, dispara a entidade.
Carta Capital
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