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Quarta-feira, 04 de junho de 2025
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02/06/2025 - 08h38

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Congresso mira aposentados

 

Deveria ser cortados privilégios como as renúncias fiscais

 Deveria ser cortados privilégios como as renúncias fiscais

Aposentadorias e pensões são vinculadas ao salário mínimo, mas isso pode mudar a depender do Congresso. Até porque, como todos sabemos, pobres têm menos gasto com alimentação, saúde e moradia quando envelhecem, pois viram plantas e passam a realizar fotossíntese.

O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), relator do grupo de trabalho da reforma administrativa, afirmou, ao jornal O Globo, que pode incluir a desvinculação dos benefícios previdenciários do salário mínimo. Desvincular significaria que o reajuste anual desses benefícios ocorreria apenas pela inflação ou, talvez, nem isso. Com o passar dos anos, a situação distanciaria o seu valor do mínimo salário vigente — que voltou a ter ganhos reais, ou seja, acima da inflação, desde o início do terceiro governo Lula.

Há problemas com o Orçamento e a Previdência que precisam, mais cedo ou mais tarde, ser encarados de frente. A questão não é essa. Seria importante que antes de tungar o andar de baixo para fechar as contas, o Congresso atingisse primeiro o andar de cima, só para variar. Não que cortar privilégios dos mais ricos vá resolver o problema, mas isso ajuda pelo menos a fingir que vivemos realmente em uma democracia plena.

Por exemplo, taxando quem ganha mais de um milhão por ano via dividendos de empresas e paga menos imposto que alguém que recebe três salários mínimos por mês (o projeto foi enviado pelo governo, mas muita gente no Congresso está com uma má vontade louca). Limitando os privilégios de servidores dos Três Poderes que dão um jeitinho de ganhar bem mais que o teto do funcionalismo (a proposta da reforma administrativa promete lidar com o tema, mas duvido que o parlamento vá comprar essa necessária briga com o Poder Judiciário).

E escrutinando benefícios e renúncias fiscais. É claro que nem tudo pode ser cortado nesse bolo de R$ 800 bilhões, segundo os novos cálculos. Mas há sim coisas que poderiam ser reduzidas se houver vontade política, apesar do que dizem os céticos e cínicos de plantão. Limitar a dedução nos gastos de saúde no Imposto de Renda que hoje dá bilhões às classes média alta e alta e diminuir os incentivos a um rosário de setores econômicos como de eventos.

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Leonardo Sakamoto é jornalista - nas redes sociais. 


 

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