

Ele é nordestino. Deveria ter morrido de fome e sede. Ele foi retirante. Deveria ter morrido antes de desembarcar em São Paulo. Ele insistiu e sobreviveu até se tornar operário e despertar para a luta sindical. Ele fez pior, tornou-se político e criou um partido. A situação se agravou quando a ditadura não deu um fim na nova liderança que surgia: candidatou-se insistentemente a Presidente da República até que se elegeu com um sonho: tirar milhões de brasileiros daquela miséria que ele havia saído. Fez um pacto com a elite para que o deixasse governar um pouco para os desvalidos, sem que mexesse nos privilégios de uma sociedade dividida entre a Casa Grande e a Senzala. A elite aceitou ceder migalhas, mas nunca engoliu o "sapo barbudo", que se reelegeu. E ele elegeu e reelegeu a sucessora. Seu partido, um tal PT, está em baixa, acusado de organização criminosa e inventor da corrupção porque jogou com as cartas que já estavam na mesa. Dilma Rousseff, a sucessora, anda com popularidade quase nula. Assim mesmo, com tudo contra, ele pode voltar em 2018. "Não podemos permitir", dizem os adversários em estado de ódio espumante. Ministério Público, juízes e imprensa abriram a temporada de caça ao Lula. Ele tem que ser abatido, a qualquer preço.
Mauro Sampaio
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.