Há por parte de algumas pessoas uma aposta na "anti política", ou a busca por uma saída para o país que não passe pelo caminho da política partidária ou institucional, para ser mais preciso. 

A politica e o político são completamente execrados por boa parte da população, e alguns candidatos se colocam como anti stabilishment ou contrários a política, o que é um negócio estranho porque o caminho das eleições me parecer ser eminentemente político. 

Me parece que é um grande equívoco essa alternativa. Pressupõe que é possível pensar e resolver os problemas do país e da sociedade sem que esta esteja envolvida. Isso não é possível nem em um governo autoritário, quanto mais em um governo que se pretende democrático. 

A solução dos problemas do País passa por mais discussão, participação, e diálogo no âmbito da sociedade. As pessoas precisam ser ouvidas em seu anseio, em suas demandas e pretensões. E quando falo pessoas falo todas as pessoas, inclusive um grande contingente de indivíduos que é absolutamente marginalizado. E esse diálogo é o que? política. 

A solução passa, portanto, por uma ampliação da democracia, com a inclusão de uma maior número de pessoas nos processos de deliberação e de decisão do Estado. 

Buscar o caminho oposto é trilhar um caminho anti democrático, com o qual não coaduno por implicar em um governo aristocrático, onde o povo é completamente alijado da sua cidadania e não participa do exercício do Poder. Se hoje não é assim precisamos aperfeiçoar os mecanismos democráticos que fomentam e possibilitam essa participação, e não o contrário. 

Não há solução para o País sem inclusão e participação de todos, respeito ao Estado Democrático de Direito e aos direitos fundamentais do ser humano. Fora disso é buscar soluções mágicas que nada irão fazer pela mudança e transformação efetiva do País. Ilusão pura.

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Marcos Luiz é professor, nas redes sociais.