

Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 939/15, de autoria de Otávio Leite (PSDB/RJ), que torna exclusivo do profissional de educação física a responsabilidade técnica sobre atividades esportivas desenvolvidas em estabelecimentos como escolinhas de futebol.
Quem não gostou nada da matéria foi o deputado Deley (PTB-RJ), ex-jogador do Fluminense nos anos 1980. Nada mais do que uma grosseira tentativa do Conselho Regional de Educação Física (CREF) do Rio de Janeiro de estabelecer uma reserva de mercado, acusa o deputado, que promete combater a jogada "desleal" contra ex-atletas que ensinam o que praticaram no campo.
Quem tem notório saber sobre futebol, portanto, mais condições técnicas de ensinar sobre o esporte, pergunta o deputado, ele ou um "teórico" professor de educação física?
Eu, por exemplo, devo ter 20 mil horas de treinamento, 10 mil horas de jogo, mas o presidente do CREF está dizendo que eu não posso ter escolinha. O professor de educação física, que tem 60 horas/aula no curso inteiro, esse cara está habilitado a lidar com as crianças e a ensinar futebol. Isso é um escárnio, isso é reserva de mercado, e não tenha dúvida de que nós vamos nos colocar contra esse projeto, que é um absurdo. Eles têm que respeitar o notório saber.
Notório saber, por exemplo, que tem um ex-craque do Flamengo: "É a mesma coisa que dizer que o Zico não pode ensinar futebol, e o professor que tem 60 horas/aula pode. É brincadeira!"
Mauro Sampaio
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