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Editorial

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contato@acessepiaui.com.br

17/03/2019 - 08h29

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17/03/2019 - 08h29

Parada de ônibus em Teresina no passeio central das avenidas é inviável

Enquanto isso, passadas mais três décadas, a PMT não toca no problema principal que é exigir um serviço mais eficiente das empresas de ônibus prestadoras do serviço.

 

Se tem uma coisa mal planejada e com custo benefício questionável em Teresina são as novas paradas de ônibus. Caso o país volte a crescer será inviável cada vez mais trafegar em veiculos pelas principais avenidas de Teresina. É que essas novas paradas no canteiro central já trazem congestionamentos, redução brusca de velocidade dos veículos, excesso de semáforos e, principalmente alto risco de vida para usuários dos coletivos.

A intenção de corrigir um problema já reclamado há três décadas é válida, sobretudo, a de proporcionar mais conforto aos usuários dos coletivos com uso de ar condicionados nas paradas. Também é salutar criar os terminais de integração, mais ainda se um percentual significativo dos usuários passar a gastar apenas uma passagem para se deslocar com menor custo pela cidade; contudo construir essas paradas no canteiro central das avenidas foi uma roubada. 

Ah, mais Teresina é uma cidade planejada, pode sim ser objeto dessa experiência; argumenta a Prefeitura, que copiou a ideia de outras capitais que colocaram paradas em canteiros centrais apenas em avenidas mais largas do que as de Teresina, logo o risco de congestionamento e de acidentes com pedestres é menor. 

O certo é que a prefeitura mais uma vez desvia o foco do principal problema dos coletivos da capital. Não corrige as falhas das empresas, que prestam um serviço ruim e pouco investem na qualidade da frota e, principalmente do serviço. Aliás, um choque de gestão nunca foi tentado pela administração  tucana, que está a frente da PMT há mais de três décadas. Nesse setor, jamais se procurou estimular mais concorrencia e participação de mais empresas no sistema. Funciona como um cartel, tal qual os bancos e os cartórios no Brasil.

Essas novas paradas atentam contra o patrimônio arquitetônico, urbanístico e ecológico da cidade. Obrigam usuários a atravessarem as avenidas com o risco de serem atropelados, impõem semáfaros em excesso, congestionam o trânsito de veículos e, o pior, bastará a volta de um pequeno crescimento econômico do país para que as avenidas fiquem entupidas de veículos e inviáveis para o tráfego. E tem mais: essas paradas farão grandes modificações no principal cartão postal de Teresina, que é a Avenida Frei Serafim.

O vereador Dudu (PT) já anunciou que brevemente fará uma audiência pública para discutir a implantação dessas paradas no canteiro central da Frei Serafim. Ele está defendendo que representantes do IPHAN, Conselho Regional de Engenharia, OAB, Ministério Público, Câmara Municipal e sociedade civil organizada participem de um debate sobre a viabilidade dessas novas paradas no canteiro central da avenida Frei Serafim.

É fato que é complexo administrar um sistema de transportes nas cidades, principalmente em Teresina, cuja frota de veículos e outras modalidades de transportes nas ruas cresce de forma contínua e, com isso o consequente aumento das locomoções de casa para o trabalho, escolas, comércios, vice e versa e outros. 

Acrescente-se a isso, as diversas formas de locomoção que se multiplicam cada vez mais nas médias e grandes cidades: ônibus, carros, motos, taxis, Uber, bicicletas, a pé, metrô; etc.

A PMT já construiu ciclovias a pouco tempo, agora na maioria nas principais avenidas foi destruida para priorizar os ônibus coletivos. Faz isso com cega certeza de que a população de Teresina vai passar a andar de coletivos apenas porque terá mais conforto nas paradas devido aos ar condicionados. Com isso apenas dissimula e induz a pensar que o teresinense passará a incorporar a cultura de se deslocar na cidade de ônibus coletivos. 

Enquanto isso, passadas mais três décadas, a PMT não toca no problema principal que é exigir um serviço mais eficiente das empresas de ônibus prestadoras do serviço. E isso é porque já fez em umas duas oportunidades licitações para exploração das linhas e não consegiu dá uma chacoalhada geral em todo o sistema que funciona com pouquissima resolutividade. E, o pior: ignora que cada vez mais os deslocamentos nas médias e grandes cidades são variados e integrados. 

É óbvio que as novas paradas de ônibus são mais confortáveis. Agora, pergunta-se: não teria sido melhor ter aperfeiçoado as antigas e colocado ar condicionado sem a necessidade de mudá-las para canteiros centrais das avenidas? Qual o mesmo o custo benefício para todo o sistema e, principalmente para os usuários, para a cidade, desse vultoso investimento? Não teria sido melhor ter firmado parcerias com o governo estadual e federal para integrar coletivos com novas linhas do metrô?

 

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