

Nenhum outro partido na história do Brasil chegou ao inferno antes do PT. O poder corrompeu princípios do partido para que fosse viabilizada a governabilidade com alianças inimagináveis.
Os 12 anos completados de Lula e Dilma esgotaram, por outro lado, toda a tolerância calculada pela oposição que havia governado e inaugurado a era do pragmatismo ideológico (o PSDB governou com o PFL - que havia dado sustentação ao regime militar - e o PMDB - que havia sido de Sarney e Collor).
Os próximos quatro anos de Dilma se tornaram intragáveis para quem antecipou e comemorou a vitória do tucano Aécio Neves em 2014. Ele quase chegou lá. O seu eleitorado mais apaixonado continua sem admitir a reeleição de Dilma.
Uma pessoa usando uma camisa vermelha tem que mudar de calçada por ordem de um "revoltado online"; um ex-ministro num restaurante merece vaias; um leitor de uma revista que não seja a Veja tem que que ser chamado de comunista e mandado a Cuba.
O inferno do PT não é só conseguir fazer o Brasil voltar a crescer quando há uma torcida midiática oposicionista para que tudo dê errado e Lula desista de 2018. O inferno do PT está na própria condição de ser PT. Quem odeia algo, não quer mais saber por que odeia. Só quer odiar, religiosamente, violentamente. É o inferno.
Mauro Sampaio
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