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Segunda-feira, 12 de maio de 2025
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Mauro Sampaio

mauroadrianosampaio@gmail.com

09/06/2015 - 16h43

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Mauro Sampaio

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09/06/2015 - 16h43

A crucificação da empatia

Atriz transexual crucificada em parada gay inflama divergências entre evangélicos e homossexuais

Senador Magno Malta considera injúria religiosa o transexual crucificado. Não há diálogo, não há empatia (foto: Mauro Sampaio)

 Senador Magno Malta considera injúria religiosa o transexual crucificado. Não há diálogo, não há empatia (foto: Mauro Sampaio)

Passaria em branco a 19ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo se a atriz transexual Viviany Beleboni não tivesse representado a "agressão e a dor" que atitudes homofóbicas causam crucificada como Jesus Cristo.   

 

Ela, que se declara espírita, afirma que não quis atacar o mais caro símbolo das igrejas cristãs. No XII Seminário LGBT do Congresso Nacional realizado em maio, organizado pelo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), o tema central dos debates foi a procura de empatia.

 

Empatia é aceitar a experiência de se colocar no lugar do outro, subjetivamente. Sentir-se um transexual não é fácil, nada fácil. Impossível, talvez, para o mais generoso dos cristãos. Jesus teria empatia por um transexual? Ou jamais toleraria essa transformação?

 

Ao evangélico senador Magno Malta (PR-ES), os gays passaram dos limites. Nunca houve diálogo mesmo entre ele e o movimento LGBT, especialmente quando o assunto é criminalizar a homofobia.

 

Não há empatia. Só o ódio. Vindo de quem diz que "ama Jesus", é estranho o senador ter declarado aceitar as escolas abordarem a identidade de gênero desde que o governo faça uma separada para os homossexuais: "Se um pai homossexual ou uma mãe achar bom, que coloque seu filho lá, mas não tentem colocar isso goela abaixo de um Estado absolutamente cristão, majoritariamente cristão, que, repito, ama Jesus."

 

Jean Wyllys também não está empático. O deputado representante da comunidade LGBT denuncia, no artigo "A crucificação da artista transexual" (portal Diário do Centro do Mundo), que está havendo uma celeuma: por que não consideram injúria religiosa a capa da revista Placar com o craque Neymar crucificado?

 

A expressão artística da transexual não teria nada a ver com intolerância religiosa, explica Wyllys:

 

Isso está longe de se confundir com intolerância religiosa! Intolerância religiosa é pastor mandar seus fiéis invadirem terreiros de Candomblé para depredar seus orixás ou evangélico fanático urinar sobre a imagem de Nossa Senhora.

 

A empatia está crucificada.

Mauro Sampaio

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