

Foram a Caracas, Venezuela, com a missão de conversar com o líder oposicionista encarcerado pela "ditadutura bolivariana". Lá chegando, oito senadores capitaneados por Aécio Neves (PSDB-MG) são reconhecidos dentro do furgão que levava-os ao presídio e hostilizados por chavistas.
Meia-volta, volver, e se dá início a um incidente diplomático patético. Na Câmara dos Deputados, moção de repúdio ao país vizinho. No Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL) conceitua as "democracias verdadeiras", as que "não admitem conviver com as manifestações incivilizadas e medievais. Elas precisam ser combatidas energicamente para que não se reproduzam".
Pelo que se sabe, o senador não se indigna com os combatentes do governo do PT, que querem, se possível, a morte de Lula, Dilma e toda a companheirada. Os "revoltados" se reproduzem nas redes sociais e já agem, sem civilidade, nos ambientes públicos.
Desde a reeleição de Dilma em outubro do ano passado, foram constrangidos em restaurantes e até em hospital os ex-Ministros da Fazenda Guido Mantega e da Saúde Alexandre Padilha. Nas manifestações pelo impeachment, não faltam representações de enforcamento, tortura, queima e pisoteio na presidenta e no ex-presidente.
Usar uma camisa vermelha pode render uma perseguição. O jornalista Guga Noblat já experimentou essa intolerância na "civilizada" Avenida Paulista. Jô Soares, por entrevistar com cavalheirismo a Presidenta da República, está praguejado para morrer.
Se Renan não repudia é porque manifestações incivilizadas e medievais valem no Brasil.
Mauro Sampaio
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