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Segunda-feira, 12 de maio de 2025
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Mauro Sampaio

mauroadrianosampaio@gmail.com

30/06/2015 - 13h33

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Mauro Sampaio

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30/06/2015 - 13h33

Barbosa não respeita o contraditório

Pelo Twitter, ex-ministro do STF Joaquim Barbosa diz, entrelinhas, que presidenta Dilma Rousseff não pode contestar nada que venha do Judiciário

Ex-ministro Barbosa: o contraditório não faz parte do Judiciário dele (foto: Mauro Sampaio)

 Ex-ministro Barbosa: o contraditório não faz parte do Judiciário dele (foto: Mauro Sampaio)

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou no Twitter que a presidenta Dilma Rousseff atentou contra o "bom funcionamento do Poder Judiciário" e cometeu crime de responsabilidade ao se defender das acusações de um dos delatores da Lava Jato de que teria doado dinheiro sujo para a campanha da petista.

 

Dilma assumiu a responsabilidade pela lisura das doações de 2014 ao seu comitê e chamou o empresário Ricardo Pessoa, da UTC, de mentiroso: "Eu não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou a minha campanha qualquer irregularidade. Primeiro porque não houve. Segundo, se insinuam, alguns têm interesses políticos."

 

Ao PT, foram doados R$ 7,5 milhões. Para Aécio Neves, do PSDB, R$ 8,7 milhões. Ambos, declarados à Justiça Eleitoral. Só o do PT teria como fonte a roubalheira na Petrobras? Por isso, ela não "respeita o delator".

 

Joaquim Barbosa quer calar Dilma Rousseff com uma argumentação arrogante, típica da época em que relatou o mensalão e presidiu o STF. Qual o atentado ao "bom funcionamento do Poder Judiciário" nas declarações da presidenta? Absolutamente nenhum.

 

Numa democracia, os três poderes podem ser contestatos em suas decisões. Mesmo um sentenciado tem o direito de manifestar indignação e afirmar que, apesar da condenação, é inocente. Quanto mais uma pessoa que nem mesmo é investigada. Se Barbosa pode dizer o que bem entende, todos podem. Ou, então, o Judiciário dele não respeita o contraditório.

Mauro Sampaio

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