

Quando se anda por aí, apesar da crise, o dia amanhece, prossegue e a noite se instala.
O pescador, apesar da crise, leva o barco ao mar com a esperança de fazer a feira. Pede-se uma cerveja ao garçom, apesar da crise. As ondas quebram o silêncio, ainda que a rocha esteja em crise. As melhores histórias de pescadores e de bêbados são contadas, apesar dos pesares.
Mesmo que Renan Calheiros informe ao Brasil que uma tempestade econômica se aproxima do mar que não está para peixe; que Eduardo Cunha queira explodir o governo e levá-lo a profundezas abissais; que Dilma Rousseff esteja na prancha do pirata e tubarões aguardem sua queda.
É a crise e suas provações ao pescador, ao garçom, ao cliente do bar, aos brasileiros e suas autoridades. Todo dia raia e escurece naturalmente, apesar do todos eles. Disso, e das ondas do mar, ninguém suspeita.
Mauro Sampaio
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