Os setenta anos do jornal Ultima Hora- criado no dia 12 de junho de 1951, no Rio de Janeiro-, passaram despercebidos. Fundado por Samuel Wainer, o vespertino carioca inovou com seu parque gráfico. Com logotipo, ilustrações e vinhetas impressas em cores, desbancou o preto e branco que imperava na imprensa brasileira da época. 

O nome do jornal  apresentava-se impresso com letras maiúsculas e a letra “u” sem acento agudo. Por ser o único a defender o governo Vargas, o virulento diário provocou ira  aos grandes donos de jornais da época. Arrumou briga feia com Assis Chateaubriand, dos Diários Associados, Roberto Marinho, de O Globo, Carlos Lacerda, da Tribuna da Imprensa, e outros. 

No dia do suicídio de Getúlio (24 de agosto de 1954), vendeu cerca 700 mil exemplares- enquanto os outros diários tinham as sedes invadidas pelo povo, que chorava  a morte do presidente. 

Com a deposição de João Goulart, em 1964, Samuel exilou-se no Chile, e o jornal começava ali sua derrocada. Depois de passar pelas mãos de muita gente, a UH teve a última edição rodada em 25 de abril de 1971.

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Flávio Nogueira é médico e deputado federal (PDT-PI).