O encontro dos aliados governistas acontecido no final de semana em Teresina foi um divisor de águas. Após 16 anos de governos liderados pelo governador Wellington dias (PT), o desafio de um novo ciclo administrativo se impõe para a gestão estadual a partir de 2023. 

Tanto o grupo político que comanda o governo estadual, quanto aos demais grupos que fazem oposição são convocados a pautar novos sonhos e projetos. 

Qualquer análise mais apurada que se faça neste ano eleitoral da conjuntura estadual deve-se levar em conta as quatro gestões de Wellington Dias. Importa conceber um diagnóstico dos avanços sociais e econômicos, bem como do que deixou de ser feito nas últimas duas décadas e o que precisa ser priorizado daqui pra frente.

Wellington Dias nesse período exerceu o papel de uma liderança impar: trabalhador incansável, manso, negociador por excelência e que governou dentro dos limites institucionais. Conseguiu melhorar e ampliar os serviços públicos (IDH do Piauí, levar ensino médio e superior para todos os municípios, interligá-los com estradas asfaltadas, ampliou serviços de abastecimento de água, moradia e calçamentos, melhoria das escolas, incentivo a projetos da agricultura familiar).

Pode-se destacar a organização financeira do estado, a atração de investimentos com implantações de grandes projetos de energias renováveis (eólica e solar) e a recuperação de centenas escolas, hospitais, espaços de cultura e lazer. Término da restauração do Centro de Convenções e deixou quase pronta a construção de uma nova Maternidade para Teresina. 

Teve atuação relevante na condução da pandemia do coronavirus no Piauí e destacou-se como liderança regional e nacional quando articulou e presidiu o Consórcio dos Governadores do Nordeste e o Fórum Nacional dos Governadores, que serviram para debater e aprovar ações sobre a pandemia e temas econômicos. 

Ciclo Novo 

Manter o que deu e o que vem dando certo é prudente, contudo há necessidade de projetar novos sonhos e projetos. E um dos principais, é encontrar saídas para reduzir a montanha de recursos públicos gastos na recuperação de estradas. A malha viária pavimentada cresceu e com isto as despesas para mantê-la, principalmente porque a maioria foi construída com revestimento simples, fato que faz com que poucos anos depois precise de recuperação. 

O Piauí é desafiado a pautar o Consórcio do Nordeste e o Fórum Nacional de Governadores a luta conjunta dos estados para interligar por ferrovias todas as capitais do país. Isto traria redução dos custos de transportes de produtos e de circulação de pessoas.  

A capital piauiense carece da ampliação urgente do metrô (VLT) para resolver em grande parte os serviços precários dos transportes coletivos. 

Neste último mandato de Wellington constatou-se um maior investimento na compra de tratores, micro tratores e implementos agrícolas para associações de pequenos e médios produtores. Contudo, existe uma enorme carência de qualificação e de assistência técnica.

O próximo governador (a) é desafiado a ampliar e estimular a implantação de projetos econômicos nos territórios levando em conta a vocação e o desenvolvimento regional. As cadeias produtivas devem ser mais priorizadas no sentido e oportunizar qualificação e inovação tecnológica nas atividades agropecuárias e turísticas. 

Governo Estadual, Prefeituras, Associações Produtivas, as Universidades e Institutos Federais devem investir mais em parcerias e ações solidárias para explorar o potencial agrícola, pecuário e turístico de Teresina e outros municípios a partir do maior aproveitamento dos rios Parnaíba e Poty. É inconcebível que a capital ainda importe 90% dos hortifrutigranjeiros.

O cooperativismo, empreendedorismo, educação financeira, cultura de direitos e deveres, devem ser ensinados e incorporados como valores e habilidades,  para isto serem incluídos como disciplinas na grade curricular do ensino fundamental e médio. 

O governo estadual deve fortalecer parcerias com os IFES (Institutos Federais de Educação) para ampliar a formação técnica, aproximação com o mercado de trabalho, promoção de ações solidárias.  As estruturas físicas das escolas e dos espaços de cultura devem ser melhor aproveitadas (cursos, atividades culturais e esportivas). 

A principal prioridade da governadora Regina Sousa (PT) em apoiar grupos mais vulneráveis da sociedade deve ser transformada em política pública permanente. O apoio a pequenos projetos econômicos e sociais devem ser intensificado para gerar renda, estimular e preservar a cultura e principalmente, reduzir índices de pobreza.