

O vice-presidente mais discreto entre todos os que foram eleitos desde 1989 era Marco Maciel, companheiro de Fernando Henrique Cardoso. Tão discreto que ninguém sabe se deu alguma contribuição à gestão tucana. Mas, quem não atrapalha já dá uma significativa ajuda.
O vice de Lula, José Alencar, gostava de alfinetar sobre economia. Tinha suas razões, pois era empresário. Vivia exigindo a queda dos juros. Não passou disso. Quando o PT se encrencou com o mensalão, em 2005, Alencar jamais deixou transparecer que, no caso de impeachment, ele estaria a postos para assumir o comando.
Dilma Rousseff não teve problemas na relação com Michel Temer (PMDB) nos primeiros quatro anos. Ele se comportou como um verdadeiro cavalheiro, capaz de conduzir a dama de vermelho pelos palacetes do poder.
O peemedebista saiu do "anonimato". Tem dado palestras, conversado com empresários, opinado com frequência sobre a crise econômica e não se esquiva de tratar das incertezas políticas que insistem em acompanhar a presidenta neste longo primeiro ano do segundo mandato.
É temeroso para a continuidade do governo que a popularidade de Dilma permaneça tão baixa, avaliou Michel em palestra proferida ao Movimento Política Viva, em São Paulo: "Se continuar assim, eu vou dizer a você, para continuar 7%, 8% de popularidade, de fato fica difícil passar três anos e meio". O vice está de olho.
Mauro Sampaio
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