

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) continua firme na Presidência da Câmara dos Deputados. Está sorridente e aberto ao diálogo com a imprensa. "Querem me entrevistar, pois entrevistem", gosta de dizer aos repórteres que aguardam declarações antigovernistas no Salão Verde.
Ninguém pergunta pela denúncia do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Aquela, em que um delator da Lava Jato afirma que foi achacado para entregar 5 milhões de dólares. Caiu no esquecimento, inclusive lá no Supremo Tribunal Federal (STF), que precisa dizer se ele vira réu ou será imediatamente absolvido.
Enquanto Dilma Rousseff sofre com baixíssima popularidade e é ameaçada de ser mandada embora mais cedo do Palácio do Planalto e da Alvorada, por um indefinido crime de responsabilidade e uma inexistente denúncia de que tenha se beneficiado na roubalheira da Petrobras, Cunha é o pop star da moralidade.
No último manifesto pelo fim do governo petista, uma faixa deu salvo-conduto ao Presidente da Câmara dos Deputados: "Somos todos Cunhas."
Estaríamos todos loucos? O jornalista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo (DCM), aposta que a nação irá acordar: "Um país pode dormir, pode hibernar por muito tempo. Mas não para sempre. Uma hora os brasileiros vão acordar para a monstruosidade que está sendo perpetrada. E então o País se livrará de Cunha e de assemelhados."
Não seria insanidade, nas condições atuais de temperatura e pressão políticas, crer que o Brasil só quer se livrar de Dilma e do PT. Aos demais, especialmente a Eduardo Cunha, o direito ao financiamento privado de campanhas (com ocultação de doadores aos candidatos) e a respirar aliviados como os inocentes da República.
Mauro Sampaio
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