

É na chapada das mangabeiras a 700 metros de altitude que nasce um gigante genuinamente nordestino, o rio Parnaíba. Estendendo-se em um curso de 1485 km até o oceano Atlântico o “rio que é braço de mar”, descrito assim pelo grande poeta José de Alencar, surge como esperança para famílias piauienses e maranhenses que vivem à sua margem.
O velho monge, desde sua descoberta em 1640, pelo famigerado explorador, Nicolau Resende, vem sofrendo um processo de poluição e diminuição drástica de sua mata ciliar, fato que é observado principalmente no trecho do rio que corresponde ao Médio Parnaíba ,porção do rio que vai da barragem da boa esperança até a foz do Rio Poti.
O rio Parnaíba é um dos rios mais poluídos de Teresina, apesar de existirem projetos que lutam por sua preservação, como o projeto “salve os rios de Teresina” organizado pelo professor Elielson Maciel Santana, o velho Parnaíba ainda sofre duras penas. A poluição somada à degradação da mata ciliar são fatores preponderantes para o mau uso do rio Parnaíba hoje, tornando suas aguas inavegáveis por navios de grande porte, e o mais importante; destruindo de forma progressiva a possibilidade de sustento das famílias ribeirinhas, além de causar morte da fauna local, que vive em função da boa qualidade de suas aguas.
O rio Parnaíba faz parte da historia do estado do Piauí e da nossa identidade cultural, é sem dúvida nenhuma um personagem importante no processo de construção do nosso estado, e como bons piauienses, devemos reconhecer isso preservando nosso velho monge. Lembrar que, assim como diversos homens a favor de dias mais independentes lutaram em 13 de março de 1823 a margem do riacho do Jenipapo, mostrando bravura e respeito por seus ideais e por nosso estado, hoje o rio Parnaíba deve também ser respeitado por todos nós ,como elemento histórico importante tanto na fundação do Piauí como estado,quanto na formação de sua cultura , e também respeitado e preservado por nossas autoridades políticas tão bem como era pelos “índios” tapuios em uma época que tais autoridades ainda não viviam por aqui .
Deixo meu apelo para o resgate e preservação do rio Parnaíba, aos nossos representantes políticos e também à população, para que em dias vindouros os nossos filhos e netos, possam ainda ver o rio tão bem descrito pelo poeta Da Costa e Silva; “As águas do Parnaíba, Rio abaixo rio arriba, espalham pelo sertão, elevam pelas quebradas, pelas várzeas e chapadas, teu canto de exaltação”.
Railson Sousa
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